Vera Teixeira luta contra o cancro há dois anos e espera autorização do Infarmed para receber medicamento que pode fazer a diferença

O Hospital de São João já deu luz verde para avançar com o tratamento, mas Vera está desde dia 13 de outubro à espera da autorização do Infarmed. Vera Teixeira tem 40 anos, vive desempregada e com dois filhos menores. 

Vera Teixeira, de 40 anos, luta há dois anos contra um cancro gástrico e precisa do medicamento Lonsurf para travar a doença que a tem mantido afastada do trabalho e da família. 

O Hospital de São João já deu luz verde para avançar com o tratamento, mas Vera, que tem dois filhos de sete e três anos, está desde dia 13 de outubro à espera da autorização  do Infarmed para ter acesso ao medicamento, disse ao Nascer do Sol, uma fonte próxima da família.

De acordo com a mesma fonte, a resposta do Infarmed deve chegar até no final da semana, mas Vera continua sem respostas e numa luta contra o tempo. A família chegou a colocar a possibilidade de resolver o problema financeiramente, nomeadamente através das ajudas que tem recebido, mas a médica de Vera esclareceu que não se trata de uma questão financeira, mas sim "técnica".

O caso de Vera Teixeira tem circulado as redes sociais, após a criação de um perfil gerido pelas suas irmãs, onde contam a sua história e os passos desta longo batalha contra o cancro.

“Nos últimos dois anos, passámos por quimioterapia, hipec, cirurgias, internamentos, paracenteses, covid. São anos, meses, dias e horas de sofrimento, mau estar, vidas condicionadas, ausência de festas, convívios, furos na barriga, dependência dos outros”, explicam as irmãs, que recorreram às redes sociais para pedir ajuda para os tratamentos que Vera necessita.

“Mas toda esta luta tem custos e, por muito que nos pareça estranho, Precisamos de outra ajuda, da vossa ajuda! Precisamos de pagar os tratamentos do fim de semana no Naturena, 400€ semanais, mais deslocações. Precisamos de ajuda com medicação. Precisamos de visibilidade junto da infarmed e, caso não resulte, precisamos de dinheiro para esse mesmo medicamento”, detalham as irmãs numa publicação no Instagram, rede social onde também eclareceram que "o medicamento continua bloqueado junto do Infarmed".

A ativista Francisca de Magalhães Barros, que também denunciou este caso nas redes sociais, considerou que “em questões destas, não deviam existir duas semanas de tempo de espera”, lembrando que ainda é preciso iniciar o tratamento.

Para a também colunista do Nascer do Sol, estes procedimentos não devem ficar pendentes de tantas questões burocráticas, uma vez que, para determinadas pessoas, esse tempo pode ser o necessário para tirar as suas vidas do limiar da morte.