Os advogados do Banco Privado Português (BPP) revelaram, esta sexta-feira, em tribunal, que têm que provas de que João Rendeiro vendeu oito das 124 obras de arte arrestadas pela justiça em novembro de 2010
As declarações surgiram durante a diligência destinada ouvir a mulher do ex-banqueiro, Maria de Jesus de Rendeiro, sobre o paradeiro das obras de arte. Contudo, a mulher acabou por não ser ouvida alegando não “ter condições psicológicas” para prestar declarações.
"Não estou em condições psicológicas, […] peço muita desculpa", disse, citada pela TSF.
De acordo com os advogados, Rendeiro lucrou 1,3 milhões de euros com a venda das peças, entre 23 de outubro de 2020 e 1 de outubro de 2021. Havendo ainda uma em exposição em Bruxelas e quatro falsificações.
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Recorde-se que quando foi arrestada pela Justiça, em novembro de 2010, para garantir o pagamento de indemnizações aos lesados do BPP, a coleção permaneceu na casa de João Rendeiro e a mulher do ex-banqueiro, Maria de Jesus, foi nomeada sua fiel depositária.
Após a fuga do ex-líder do BPP, o tribunal ordenou uma busca às obras, mas a Polícia Judiciária não encontrou 15 das 124 peças da coleção, havendo, pelo menos, duas obras que não correspondiam à descrição que constava do auto de apreensão, e outras que podem ser falsas.