Gouveia e Melo e o sucesso na vacinação: “Usei uma retórica de guerra em que o vírus era o inimigo”

“Usei uma retórica de guerra em que o vírus era o inimigo, em que ou a pessoa estava connosco ou com o vírus. Penso que este plano de comunicação foi importante para as pessoas perceberem que não podiam ficar em casa sem vacinação”, afirmou o antigo coordenador da task-force na Web Summit.

O vice-almirante Henrique Gouveia e Melo, coordenador da extinta task-force do plano de vacinação contra a covid-19, afirmou esta terça-feira, numa sessão de perguntas e respostas na Web Summit, que utilizou “uma retórica de guerra em que o vírus era o inimigo, em que ou a pessoa estava connosco ou com o vírus”.

"Penso que o aspeto mais difícil foi comunicar para ter toda a gente alinhada [com o processo de vacinação]. Usei uma retórica de guerra em que o vírus era o inimigo, em que ou a pessoa estava connosco ou com o vírus. Penso que este plano de comunicação foi importante para as pessoas perceberem que não podiam ficar em casa sem vacinação", afirmou.

"Isto é uma guerra com um vírus mortífero e não se pode ser neutral com um vírus", frisou.

Sobre os grupos antivacinas e o seu impacto, Gouveia e Melo sublinhou que a “desinformação é sempre má” e que os seus disseminadores são “falsos profetas” das redes sociais.

“A desinformação é sempre má, espalham-se mentiras ou dados não provados nas redes sociais e criam-se bolhas de obscurantismo. Estas situações afetam as soluções na gestão de uma pandemia”, considerou.

Na sessão, o antigo responsável da task-force revelou ainda que está a escrever um livro sobre a sua experiência enquanto coordenador do plano de vacinação e não excluiu um regresso às funções a pedido do Governo."Direi que sim até sair deste uniforme. Obedecerei ao Governo, é a minha condição de militar. Faço-o e não há questão, é a minha forma de ver as coisas", afirmou.