Lucro do BPI subiu 180% para 242 milhões de euros até setembro

A atividade em Portugal lucrou 137 milhões de euros no mesmo período, mais 90 milhões do que há um ano, quando o desempenho estava a ser penalizado pelas provisões para a pandemia.

O lucro do BPI disparou 180% para 242 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano – altura em que apresentou um resultado líquido de 86 milhões de euros, revelou esta terça-feira a instituição financeira liderada por João Pedro Oliveira e Costa.

“Os resultados dos primeiros nove meses de 2021 evidenciam que o BPI mantém a trajetória de crescimento da atividade comercial e das quotas de mercado, alicerçada numa forte subida nos recursos, no crédito à habitação e na venda de produtos de poupança e investimento. Paralelamente, o banco apresenta uma elevada qualidade dos ativos e uma capitalização confortável. O banco comemorou em outubro 40 anos numa posição fortalecida, com o compromisso de apoiar a economia e as pessoas, dentro e fora do Banco. Destaco igualmente o papel do BPI, com o apoio do CaixaBank, no financiamento de algumas das maiores operações de financiamento sustentável em Portugal. O financiamento verde e social é uma tendência que se vai acentuar nos próximos anos e com qual o grupo tem um forte compromisso”, refere o CEO do banco.

A atividade em Portugal lucrou 137 milhões de euros no mesmo período, mais 90 milhões do que há um ano, quando o desempenho estava a ser penalizado pelas provisões para a pandemia.

Já o banco em Angola contribuiu com 100 milhões para este resultado, que inclui 40 milhões relativos ao dividendo de 2020 e 50 milhões da distribuição de reservas reconhecidos em resultados.

Os recursos totais de clientes cresceram 9.2%, totalizando 39 263 milhões, no final de setembro. A instituição financeira revela ainda que os depósitos de clientes registaram uma subida totalizando 28 038 milhões. “Os depósitos de clientes representam 71% do ativo e constituem a principal fonte de financiamento do balanço. A quota de mercado dos depósitos situou-se em 10.7% em agosto de 2021”, acrescenta.

O total de ativos sob gestão ascendeu a 10 366 milhões, com destaque para os fundos de investimento que registaram uma subida de 22.4% face ao período homólogo.

A carteira total de crédito a clientes (bruto) aumentou para 27 137 milhões, o que corresponde a um incremento de 1 895 milhões. Nas empresas, subiu para 10 461 milhões, enquanto no crédito à habitação aumentou para 12 741 milhões em setembro 2021.

Moratórias

A 30 de setembro, 97,5% das moratórias de crédito estavam em situação regular (crédito classificado em stage 1 e stage 2). No final de setembro terminaram moratórias correspondentes a 3.6 mil milhões de créditos (dos quais, 1.4 mil milhões de crédito à habitação). “Face ao comportamento até à data desses créditos, não é expectável uma degradação da qualidade de carteira de crédito do BPI”, salienta.

A instituição financeira esclareceu também que “permanecem ainda ativas moratórias correspondentes a 117 milhões de crédito abrangidas pela prorrogação suplementar da suspensão do reembolso de capital até 31 de dezembro de 2021”.

O BPI recebeu cerca de 12.2 mil candidaturas às linhas de crédito de apoio público Covid 19, correspondentes a 1.1 mil milhões em crédito contratado pelo Banco de Portugal.

Custos caem

Os custos de estrutura recorrentes recuaram, refletindo a queda de 6,3% dos custos com pessoal recorrentes, que incluiu o efeito das saídas por reforma antecipada e rescisões voluntárias; o decréscimo de 1,2% dos gastos gerais administrativos; e a subida de 27,2% das depreciações e amortizações, essencialmente explicada pelo investimento em software e obras em imóveis.

No final de setembro, o BPI contava com 4 538 colaboradores (-84 em termos líquidos em relação a dezembro de 2020). Na mesma data a rede de distribuição totalizava 375 unidades comerciais, entre balcões (316), centros premier (24), 1 balcão móvel e centros de empresas (34).