Brigitte Bardot foi condenada, esta quinta-feira, a pagar uma multa de 20 mil euros por insultos racistas aos moradores da ilha francesa de Reunião, localizada no Oceano Índico. Um tribunal de Saint-Denis condenou ainda o assessor de imprensa da ex-atriz, Bruno Jacquelin, a uma multa de quatro mil euros por cumplicidade.
O caso remonta a 2018, quando a ex-estrela de cinema, de 87 anos, enviou uma carta ao governo da ilha da Reunião e comparou a localidade à “ilha do Diabo”, cuja "população degenerada" ainda está "imbuída" de "tradições bárbaras".
Bardot alegou que a carta tinha como objetivo denunciar práticas de maus tratos aos animais. Segundo a própria, na ilha os seres vivos estavam a ser “feridos, envenenados e amputados”, alegando ser “comum” usar cães e gatos como isco para a pesca de tubarões e "decapitar cabras e bodes em festivais indígenas".
“Tudo tem reminiscências de canibalismo de séculos passados. (…) Tenho vergonha desta ilha, da selvageria que ainda reina por lá", escreveu.
Na altura, a então ministra dos Negócios Estrangeiros de França, Annick Girardin, respondeu à atriz numa carta aberta onde afirmou que “o racismo não é uma opinião é um crime”.
De sublinhar que Bardot abandonou a sua carreira na representação em 1973, quando tinha 38 anos, dedicando-se desde então aos direitos dos animais.