Chegou o dia tão aguardado pelos adeptos portugueses de MotoGP. O Grande Prémio do Algarve arranca neste fim de semana e, apesar dos trambolhões e dos obstáculos que Miguel Oliveira, o piloto português da KTM, encontrou pelo caminho, caindo para o 10.º lugar da classificação geral do Mundial de MotoGP ao fim de 16 corridas, a massa fanática portuguesa não deixou o almadense desamparado. Na quarta-feira, quando Oliveira se deslocou da Margem Sul até Portimão, centenas de fãs acompanharam o piloto, que já venceu na cidade algarvia, em 2020. A comitiva acompanhou Oliveira – que tirou recentemente a carta de condução – desde o Cristo Rei até à zona ribeirinha de Portimão, durante praticamente três horas de viagem, e deu um forte apoio ao piloto, que se prepara assim para a penúltima corrida da temporada, e que não escondeu aos jornalistas, à chegada a Portimão, acreditar que foi uma viagem “especial”.
“A viagem fantástica e a receção são um apoio incrível e motivadores para a corrida de domingo”, reforçou o piloto, argumentando querer “fazer o melhor possível, que é ganhar a corrida, porque é sempre especial correr em Portugal”.
Oliveira não pareceu ter dúvidas sobre o seu objetivo no Autódromo Internacional do Algarve: “O pensamento está na vitória porque com este apoio na chegada a Portimão e com as bancadas cheias de público, vamos mesmo ganhar”, garantiu.
Agora, Miguel Oliveira pode repetir a façanha de 2020 – desta vez com público nas bancadas – e procurar ainda acabar o campeonato acima da sua melhor classificação de sempre – o 9.º lugar. Para tal, as duas corridas que ainda sobram no calendário do Mundial são cruciais, numa altura em que o francês Fabio Quartararo, da Yamaha, já se sagrou campeão, contando 267 pontos. Quartararo, aliás, fará a sua corrida da consagração do título (a primeira como campeão) em Portimão, onde foi o vencedor na passagem do Mundial de MotoGP por terras algarvias, em abril deste ano. Na altura, a fortuna não esteve do lado de Miguel Oliveira, que acabou no 16.º lugar, numa corrida em que cinco pilotos, entre eles Valentino Rossi, não chegaram ao fim.
Um filme cheio de dificuldades Miguel Oliveira estreou-se nesta temporada com as cores da KTM, depois de ter deixado a Tech3, equipa satélite dos austríacos. Motivados pela vitória em Portimão, em 2020, bem como em Estíria, no mesmo ano, muitos apostaram em Oliveira para esta temporada, e é certo que o piloto de Almada pode ainda bater a sua melhor classificação de sempre. Ainda assim, as 16 corridas que marcaram, até agora, o ano, formaram uma montanha-russa de emoções para Oliveira, entre ataques aos pódios e quedas dramáticas.
Tome-se como exemplo o caso do Grande Prémio da Emília Romagna, em Itália. Oliveira partiu do 5.º lugar, e prometia aproximar-se do pódio… mas o destino teve outros planos para o almadense, que, a apenas quatro voltas do fim, quando seguia no terceiro lugar, acabou por desequilibrar-se e cair, acabando por ficar fora da classificação. Uma repetição do filme que protagonizou em agosto deste ano, quando, em duas ocasiões consecutivas, na Áustria, Oliveira acabou fora da corrida por queda, precisamente no circuito onde, em 2020, conquistou a primeira vitória da sua carreira.
Na outra ponta do espetro está, no entanto, a vitória conquistada na Catalunha, em junho deste ano, a primeira e única, até agora, neste Mundial de MotoGP.
Neste momento, Oliveira está, na classificação geral, a 14 pontos do espanhol Maverick Viñales, que ocupa o 9.º lugar. Se o português pretende conquistar a sua melhor classificação geral de sempre, tem, nas próximas duas corridas, de bater Viñales e Aleix Espargaró, colega de equipa na Aprilia, que tem mais 21 pontos que Oliveira.
Depoisda prova no Algarve, o Campeonato deste ano conclui-se em Valência, a 14 de novembro. O piloto português tem ainda 50 pontos para disputar.