A inquirição de Mário Machado, antigo líder do movimento Nova Ordem Social (NOS), foi adiada para quinta-feira, pelo facto do juiz de instrução criminal ter um outro processo pendente para cumprir, afirmou o advogado do ativista de extrema-direita, esta quarta-feira, à saída do Tribunal de Instrução Criminal, em Lisboa.
De acordo com o José Manuel Castro, o juiz "entendeu que seria melhor adiar o prosseguimento das diligências para quinta-feira", às 14h00, ao argumentar que ainda não está "suficientemente dentro do processo" e que tem "outro processo pendente para despachar" ainda hoje.
Mário Machado foi encaminhado para o estabelecimento prisional anexo à Polícia Judiciária (PJ), onde vai pernoitar pela segunda noite consecutiva, confirmou o advogado. Sem adiantar muitos detalhes, José Manuel Castro disse que a matéria constante dos autos é agora "ligeiramente diferente do que foi ontem (terça-feira) noticiado", revelando que o tipo de crimes imputados ao ativista poderá ser ampliado.
"Os factos imputados podem ter uma moldura penal mais grave, mas Mário Machado está confiante em sair em liberdade na quinta-feira, mas mediante alguma medida de coação", observou José Manuel Castro.
O então líder do NOS foi detido, esta terça-feira, em flagrante delito por posse ilegal de arma. Contudo, a detenção ocorreu durante uma busca da Polícia Judiciária (PJ), no âmbito de uma outra investigação por suspeitas de crimes de ódio e incitamento à violência através de comentários feitos na internet. Segundo o advogado, a publicação foi partilhada "já há alguns anos".
Em causa está o homicídio do jovem Lucas Leote, de 19 anos, à porta da discoteca Lick, em Vilamoura. Na altura, Mário Machado partilhou na página de Twitter do movimento Nova Ordem Social a notícia do Correio da Manhã que divulgava a identidade do suspeito do assassinato, de raça negra.
"Procura-se assassino! Não o entreguem às autoridades, se souberem do seu paradeiro enviem-nos mensagem privada", lia-se.