Com a sua mulher em prisão domiciliária desde passada quarta-feira, João Rendeiro, ex-presidente do Banco Privado Português (BPP) em fuga à justiça, quebrou o silêncio para a defender, esta quinta-feira, assumindo a responsabilidade das acusações por parte do Ministério Público (MP) referentes à falsificação ou descaminho de obras de arte.
De acordo com o antigo banqueiro, Maria de Jesus Rendeiro já não deveria ser fiel depositária das obras de arte que levaram à sua detenção, ao considerando esta situação como "um erro de advogado".
"Como é evidente, ela era fiel depositária só de nome. Aliás, pensava que já não era", disse João Rendeiro ao site SAPO24, que teve meios para conseguir falar com suspeito em fuga. "Um advogado foi instruído para passar a guarda dos bens para meu nome. Fê-lo num processo, mas esqueceu-se de o fazer neste. A Maria ficou apenas como fiel depositária porque, na altura, eu estava no estrangeiro".
Em relação às obras falsificadas e ao descaminho das mesmas, crimes pelos quais o MP o acusa, Rendeiro frisou que as culpas apenas podem ser atribuídas a si mesmo: "o que quer que houvesse foi responsabilidade minha".
Recorde-se que Maria de Jesus Rendeiro está neste momento em prisão domiciliária, uma vez que o Tribunal de Instrução Criminal considerou haver um potencial perigo de fuga, perigo de perturbação do inquérito ou da investigação e ainda perigo de continuação da atividade criminosa. Está indiciada dos crimes de descaminho, desobediência, branqueamento de capitais e falsificação de documento.
De acordo com as declarações da mulher ao juiz de instrução, João Rendeiro encontra-se na África do Sul, contudo ainda não há confirmações sobre o paradeiro do presidente do BPP.