Num comunicado, este domingo divulgado pelo Chega, o partido considera que o acordo com que terminou a cimeira do clima COP26, em Glasgow, "volta a ser, como já vem sendo hábito, um enumerado de boas intenções impossíveis de colocar em prática", numa altura em que "não há como negar as alterações climáticas".
O Chega acredita que "por isso mesmo, é de lamentar que a Cimeira do Clima tenha terminado sem compromissos sérios assentes em estratégias perfeitamente delineadas com a realidade económica e financeira dos países e dos cidadãos".
O partido de André Ventura realça que a sustentabilidade das economias mundias "não deve, jamais" ser encarada como uma "inimiga da sustentabilidade ambiental", e que, assim sendo, considera o combate às alterações climáticas "um assunto sério", que exige responsabilidade ambiental e social.
"Este combate não pode ser transformado numa guerra às pessoas e à sua forma de viver em sociedade", mas num caminho a "percorrer em paralelo" em que famílias e economias "não sejam altamente penalizadas, mas antes ajudadas a transformar hábitos e a encontrar soluções sustentáveis", lê-se ainda.
Recorde-se que os países reunidos em Glasgow chegaram, este sábado, a um acordo para o combate às alterações climáticas. Este, foi selado pelo britânico Alok Sharma, que presidiu as negociações e que bateu com o martelo na mesa para encerrar oficialmente os trabalhos, já depois de uma alteração de última hora proposta pelo ministro do ambiente indiano, Bhupender Yadav, que suaviza o apelo ao fim do uso de carvão.
Alok Sharma mostrou-se emocionado e pediu desculpa pela forma como as negociações de última hora decorreram. "Peço desculpa pela forma como este processo foi desenvolvido. Peço imensa desculpa. Também percebo a profunda desilusão. Mas também é crucial que protejamos este acordo", afirmou,
Entre as principais medidas está o objetivo de diminuição das emissões de dióxido de carbono em 45% até 2030, em relação a 2010, além do aumento do financiamento climático por parte dos países desenvolvidos em, pelo menos, o dobro, para a adaptação às alterações climáticas dos países mais pobres. Fica ainda o apelo para os países mais ricos e instituições financeiras "acelerarem o alinhamento das suas atividades de financiamento com os objetivos do Acordo de Paris". Este pacto reafirma também o objetivo de limitar o aumento da temperatura a 1,5ºC (graus celsius), que já tinha sido decidido há seis anos no Acordo de Paris.
O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, já comentou o acordo alcançado, deixando o alerta de que apesar de "passos em frente que são bem-vindos, a catástrofe climática continua a bater à porta".
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