O Presidente da República português defendeu, esta segunda-feira, a criação de "uma estrutura permanente para a vacinação no futuro", de forma a prevenir futuras pandemias.
À margem da sessão comemorativa dos 30 anos das Cimeiras Ibero-Americanas, em Madrid, Marcelo Rebelo de Sousa disse que “temos de atuar juntos no futuro num tratado mundial sobre a pandemia, para prevenir pandemias”, e para tal o chefe de Estado indicou que a comunidade de 22 países ibero-americanos deve "afirmar o poder das nossas línguas” para assumir mais poder e ser mais forte no mundo, quando são lançados desafios, como por exemplo a pandemia da covid-19.
No evento onde discursou Marcelo, também participaram o Rei de Espanha, Felipe VI, o presidente do Governo espanhol, Pedro Sánchez, e de forma telemática, entre outros, os presidentes da Colômbia, Iván Duque, do Chile, Sebastián Pinera, da República Dominicana, Luis Abinader e da Argentina, Alberto Fernández.
“Quando nascemos [a Comunidade de países Ibero-Americanos] há 30 anos o mundo era bipolar [havia duas superpotências], hoje o mundo é multipolar”, referiu o Presidente da República portuguesa, ao frisar que os países ibero-americanos são "um polo importante no mundo" atual.
Mesmo que desde o seu nascimento, a comunidade tenha crescido e seja agora "mais forte, mais integrada e mais poderosa no mundo", Marcelo defendeu que os 22 países têm de “trabalhar em conjunto na recuperação económica e social, carta de direitos digitais”, entre outras coisas, e deve mostrar o seu “peso” nos “grandes desafios da transição para o futuro”.
Para que o desejo se torne realidade, a comunidade ibero-americana precisa de ter “sociedades mais desenvolvidas, mais inclusivas, menos desiguais e por isso mais fortes”, vincou Marcelo de Sousa, acrescentando que “só sociedades assim criam democracias fortes”.
“Nós acreditamos na comunidade ibero-americana porque temos passado, temos presente e temos futuro”, rematou Presidente da República no final do seu discurso.
Ainda assim, quem fechou a cerimónia foi o Rei de Espanha, através de uma intervenção na qual incentivou os países latino-americanos a trabalharem "unidos" e a preservarem o consenso que tem sido constante nas cimeiras desta comunidade há 30 anos, enfatizando o "indubitável sucesso" que este fórum tem representado para os países.
Já o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, apelou à consolidação e progresso da democracia em todo o território da América Latina, ainda como o respeito pelos direitos humanos, liberdade e segurança jurídica, dado que, segundo Sánchez, ainda "há muito a fazer" a este respeito nesta região.