A Polónia anunciou, esta segunda-feira, que vai começar a construir um muro ao longo da fronteira com a Bielorrússia já no próximo mês de dezembro. Em causa está a crise migratória, onde milhares de migrantes tentam entrar na União Europeia (UE) através da Polónia.
"O projeto que precisamos de concretizar é um investimento absolutamente estratégico e prioritário para a segurança da nação e dos seus cidadãos", disse o ministro do Interior, Mariusz Kaminski.
Os migrantes, provindos do Médio Oriente e África, tentam atravessar a fronteira para entrar na Polónia com ajuda da Bielorrússia, naquela que é, na ótica de Bruxelas, forma de retaliação do Presidente Alexander Lukashenko pelas sanções impostas por causa da repressão da sociedade civil e da oposição democrática.
Os trabalhos para a construção do muro serão assinados até 15 de dezembro e a obra deverá começar no final no mesmo mês. Os trabalhos irão decorrer durante 24 horas e os trabalhadores serão divididos em três turnos.
No total, o projeto custará cerca de 353 milhões de euros e deverá abranger 180 quilómetros.
Segundo o Conselho Europeu, a retaliação da Bielorrússia começou em junho do último ano, numa altura em que o país começou “a organizar voos e viagens internas para facilitar o trânsito de migrantes para a UE, primeiro para a Lituânia e posteriormente para a Letónia e a Polónia”, sendo a maioria destes migrantes de nacionalidade iraquiana, afegã e síria.
Esta segunda-feira, os presidentes dos países bálticos – Letónia, Lituânia e Estónia – mostraram o seu apoio à Polónia, caso o país decida invocar o artigo 4.º da NATO em relação à "guerra híbrida".