Biden e Putin voltam a reunir

Apesar de ainda não haver data para a reunião, que acontecerá de forma virtual, alguns dos assuntos a discutir são a situação na Ucrânia, a crise dos migrantes e cibersegurança.

Depois de se terem reunido em junho, em Genebra, na Suíça, o Presidente dos Estados Unidos e da Rússia, Joe Biden e Vladimir Biden, estão a realizar os preparativos para uma nova reunião, confirmou, esta quinta-feira, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, a jornalistas.

Desta vez num formato virtual e ainda sem uma data fixa, a conversa entre os dois países rivais acontece num contexto preocupante com o crescimento da presença de militares russos e equipamento bélico na fronteira com a Ucrânia.

O Secretário de Estado, Antony Blinken, afirma que o os Estados Unidos temem que a Rússia «tente refazer» uma invasão à Ucrânia, à semelhança daquilo que aconteceu em 2014, que conduziu à anexação da península da Crimeia. 

Esta situação levou o diretor da CIA, William Burns, a viajar até Moscovo para alertar os rivais que Washington está atento às movimentações junto à fronteira dos países e a uma declaração conjunta de Biden e a presidente da Comissão Europeia Ursula von der Leyen, que afirmaram «apoiar plenamente a integridade territorial da Ucrânia».

No entanto, o porta-voz do Kremlin esclareceu que a Rússia «não está a travar quaisquer guerras híbridas», acrescentando que o país «tem interesse em que todos na Europa finalmente caiam em si e deixem de considerar a Rússia como o culpado de todos os problemas», sugerindo que o resto da Europa deveria «tratar as origens dos problemas que estão atualmente a sufocar» o continente.

Para além desta questão, Nikolai Patrushev, secretário do Conselho de Segurança da Rússia, e Jake Sullivan, Conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, ainda discutiram questões como a segurança cibernética e a crise de migrantes na fronteira entre a Bielorrússia e a Polónia.

«Todos estes dilemas foram levantados no âmbito de preparação para uma reunião de alto nível», disse Peskov, citado pelo site Foreign Policy.

Nas últimas semanas, os dois países, apesar de terem mantido contactos de alto nível, tem se acusado mutuamente, uma situação que tem gerado tensão na comunidade internacional. Para além dos Estados Unidos denunciarem os movimentos suspeitos na fronteira com a Ucrânia, estes condenaram o disparo de um míssil antissatélite feito pela Rússia, que originou milhares de destroços que estão a ameaçar os astronautas na Estação Espacial Internacional.
Já a Rússia, acusou, esta quinta-feira, os Estados Unidos e outros países ocidentais de agravarem as tensões na Ucrânia e no Mar Negro, denunciando voos de «bombardeiros estratégicos» perto das fronteiras russas.

Estados Unidos e China tentam resolver as diferenças

Joe Biden e o Presidente da China, Xi Jinping, reuniram-se, esta segunda-feira, pela primeira, por videoconferência, desde que o líder norte-americano foi nomeado Presidente, no início do ano.

Nesta discussão, que durou cerca de três horas e meia, foram mencionados vários assuntos tensos como  a autonomia de Taiwan, que Xi Jinping afirmou tratar-se de «brincar com o fogo», ou os abusos da China no Tibete e contra a minoria muçulmana, os uigures.

O clima de «Guerra Fria» entre estes dois países é, no entanto, diferente de todos os observados anteriormente, uma vez que os Estados Unidos e a China possuem economias que dependem mutuamente um do outro. 
Um caso onde se  sentiu esta realidade foi o da Evergrande. Quando este conglomerado do imobiliário chinês, astronomicamente endividado, começou a colapsar, surgiram receios de uma nova crise financeira à escala global.