Na sua moção de estratégia, “Governar Portugal”, Rui Rio defende que se deve construir “uma nova maioria sem linhas vermelhas” e que o PSD “está em condições para governar Portugal”. Salvador Malheiro, seu diretor de campanha, está encarregue de entregar a moção de Rio na próxima segunda-feira às 12h00 na sede nacional do PSD, formalizando assim a sua recandidatura à presidência do PSD.
“O PSD está em condições de Governar Portugal. Saibamos recuperar a confiança dos portugueses através das nossas propostas e de uma liderança responsável, credível e mobilizadora” , pode ler-se no documento.
A moção nota, também, que as eleições são decididas ao centro, rejeitando “linhas vermelhas”: “importa construir uma nova maioria sem linhas vermelhas, assente no diálogo e no compromisso, à esquerda ou à direita, cujo único limite será a da moderação, do respeito pelas instituições constitucionais e a do superior interesse nacional”. Deste excerto descodifica-se que Rio esteja disponível para entender-se com o PS ao centro e indisponível para entender-se com o Chega, à direita, e com o BE e o PC, à esquerda: uma baliza já previamente anunciada mas que agora ganha corpo na sua moção. A moção considera que, nas urnas, o eleitores poderão escolher “entre uma conceção socialista do Estado, da economia e da sociedade e uma visão social-democrata moderada e reformista, capaz de fazer libertar Portugal dos espartilhos institucionais em que nos deixámos enlear”.
O texto faz ainda um balanço dos resultados eleitorais do mandato de Rio, mencionando a vitória nas regionais da Madeira, a solução governativa nos Açores presidida pelo PSD, o apoio a Marcelo para Belém e o resultado triunfantes nas últimas autárquicas. Relativamente às próximas eleições legislativas, a moção refere-se-lhes como “uma oportunidade de quebrar o ciclo de hegemonia do Partido Socialista e dos partidos à sua esquerda” e, não se esquecendo do contexto atual, nota a relevância da crise pandémica e da incerteza económica que daí brotou. Destaque ainda para a “mobilidade social” – que Rangel embandeira -, à qual Rio se refere como sendo uma “retórica alternativa”.