Eduardo Ferro Rodrigues despediu-se, esta sexta-feira, do Parlamento. Na última sessão plenária da XIV Legislatura e a última que presidiu, o político afirmou que ser Presidente da Assembleia da República “foi, e ainda é, a maior honra” da sua vida.
"Palavras que são de despedida, da minha despedida das atividades parlamentares, em funcionamento pleno da Assembleia da República, ao fim de quase quatro décadas, depois de aqui ter entrado em 1986, e aqui ter exercido as mais diversas funções – como deputado, líder parlamentar, vice-presidente e aquela que foi, e ainda é, a maior honra da minha vida: ter servido como presidente da Assembleia da República, ter servido como presidente de todas e de todos os deputados", salientou.
Ferro Rodrigues destacou “as circunstâncias particulares” em que foi eleito em 2015 e o reforço da sua votação em 2019. “Depois, pelo facto de ter sido presidente num tempo excecional, em que a democracia e as suas instituições estiveram muitas vezes sob ataque – como há muito se não verificava –, das mais diversas frentes, contra as deputadas e os deputados, procurando condicionar a sua ação e o seu mandato, que é, nunca esqueçamos, o resultado da decisão livre dos nossos cidadãos, expressa pelo voto", acrescentou.
A “inesperada crise pandémica” também foi abordada no discurso de despedida de Ferro Rodrigues, que recebeu uma ovação e aplausos de todas as bancadas. “Mesmo em pandemia, a democracia não foi suspensa, e a sua casa, a Assembleia da República, nunca fechou as suas portas, dizendo presente e vendo reforçado o papel insubstituível que desde há muito assume no sistema político democrático”, frisou.
Recorde-se que o político anunciou, na semana passada, que não se vai recandidatar nas próximas eleições legislativas, marcadas para 30 de janeiro, após o chumbo do Orçamento do Estado para 2022. “Chegando ao fim [da Legislatura] dois anos antes do que supunha – do que todos supúnhamos –, esta foi uma longa viagem, com muitas alegrias, não isenta de episódios menos felizes, tristes mesmo", afirmou.
“Porque realmente um político nunca abandona, em definitivo, a política. E eu, tal como até aqui, continuarei a estar na primeira linha da defesa da Democracia e da Liberdade”, acrescentou.
Ferro Rodrigues despediu-se e agradeceu aos deputados “dos mais diversos quadrantes políticos”. “Com um parlamento forte, respeitado, haverá melhores condições para ajudar Portugal – e o mesmo é dizer as portuguesas e os portugueses que aqui são representados –, a enfrentar e a superar os muitos e cada vez mais exigentes desafios com que, como nação e como povo, nos deparamos. A todas e a todos, sem exceção, o meu muito obrigado”, concluiu.