O ator Jussie Smollett começou, na segunda-feira, a ser julgado por conduta desordeira após alegadamente ter inventado um ataque racista e homofóbico sobre si mesmo nas ruas de Chicago.
O caso remonta a janeiro de 2019 quando o ator apresentou uma queixa à polícia de Chicago, alegando que fora agredido por dois homens mascarados na via pública, naquele que seria um ataque racista e homofóbico. No entanto, semanas depois foi acusado de falso testemunho e a investigação concluiu que Smollett pagou a dois irmãos para o agredirem por estar “insatisfeito” com o seu salário na série ‘Empire’ da Fox e querer promover a sua carreira.
A acusação sustenta a sua tese com o facto de ter sido encontrado um cheque de 3.500 dólares [cerca de 3.100 euros] assinado pelo ator na posse dos agressores. No entanto, em tribunal, o advogado de defesa Nenye Uche alegou que os suspeitos – dois irmãos – atacaram o ator por “não gostarem dele” e que o cheque seria para pagar aos irmãos o ensaio para um vídeo de música e não para pagar um “crime de ódio encenado”.
Uche revelou ainda a existência de um terceiro envolvido no ataque e disse ao júri que não há “um fragmento” de provas físicas que liguem o ator ao crime de que é acusado.
“Jussie Smollett é a verdadeira vítima de um verdadeiro ataque”, frisou o advogado.
Já o procurador Dan Webb sublinhou que “quando ele [Smollett] denunciou um falso crime de ódio, cometeu um crime verdadeiro”, acrescentando que o ator disse que foi atacado por apoiantes do então Presidente Donald Trump.
O procurador revelou ainda que os agressores compraram máscaras e material para o ataque com uma nota de 100 dólares dada por Smollett, mas a defesa considera que tal acusação “não faz sentido”.
“No final do dia, eles querem que vocês acreditem que Jussie foi estúpido o suficiente para pagar por uma fraude com um cheque, mas inteligente o suficiente para pagar [os materiais] com uma nota de 100 dólares”, disse Uche ao júri.
O ator conhecido pela personagem Jamal Lyon na série ‘Empire’, acusado de conduta desordeira, já tinha aceitado, em 2020, realizar serviço comunitário pelo mesmo processo, mas o caso acabou por ser reaberto este ano.