Rio até queria. Rodrigues dos Santos queria com certeza. Mas, em reunião da direção do partido, Rio optou por não se pronunciar, dando liberdade aos membros da direção para votarem consoante entendessem. Assim o fizeram: não há Aliança Democrática para 2021, ou seja, o PSD não irá coligar-se com o CDS e o PPM para as próximas eleições. Apenas três membros da Comissão Política Nacional votaram a favor da coligação.
Rio sabia que, apresentando a proposta de coligação e não puxando muito a brasa à sua sardinha, esta seria rejeitada. Assim o pensou, assim o fez: uma espécie de “falsa derrota” para o recente grande vencedor do PSD.
Entre os que votaram contra a coligação constam David Justino, Nuno Morais Sarmento e André Coelho Lima. Este último, aliás, em entrevista ao Observador afirmava publicamente ser contra a coligação, notando que o PSD se devia apresentar a eleições “como partido social-democrata como sempre fez”. Os sociais-democratas consideram que o CDS está demasiado enfraquecido e que isso acabaria por prejudicar o PSD nas próximas eleições.
A última vez que o PSD e o CDS se coligaram para as legislativas foi nas penúltimas, em 2015, sob o nome da PàF (Portugal à Frente). À época, até as venceram mas, como se sabe, António Costa formara a geringonça e assumira o poder.