Vírgílio Lima foi esta sexta-feira reeleito presidente da Associação Mutualista Montepio Geral.
Apesar dos apelos dos candidatos em relação à participação dos associados para escolher a nova liderança da Associação Mutualista Montepio Geral (AMMG), o recado parece não ter chegado aos cerca de 500 mil associados, uma vez que, a participação na votação até ao fecho da edição, ficou aquém dos valores esperados. Na corrida estavam quatro listas: a de continuidade liderada por Virgílio Lima e ainda Pedro Corte Real (lista B), Eugénio Rosa (lista C) e Pedro Gouveia Alves (lista D).
As últimas contas que tinham sido divulgadas pelo candidato pela lista C, Eugénio Rosa, davam conta que nos dias 13, 14 e 15 de dezembro, «apenas» votaram 7.637 associados do Montepio, dos 480 mil com direito a voto.
Também os problemas técnicos que têm afetado esta semana poderão não ter facilitado esta tarefa. Uma situação que acabou por ser reconhecida pelo presidente da mesa da Assembleia Geral do Montepio Geral – Associação Mutualista (MGAM), Vítor Melícias, que, numa nota aos associados, garantiu que as equipas estavam «a desenvolver todos os esforços no sentido de serem superadas as dificuldades» que existiam em algumas localidades.
O ato eleitoral foi ainda marcado pela providência cautelar avançada pela lista B contra a Comissão Eleitoral (CE), alegando não ter acesso às bases de dados dos associados para efeitos de comunicação eleitoral.
É certo que estas eleições ganharam nova dimensão com as mudanças que foram impostas. Com o novo Código das Associações Mutualista foram aprovados os novos estatutos e com eles surgiram alterações. A assembleia de representantes veio substituir o conselho geral (que se reuniu pela última vez a 29 de outubro) e em algumas competências substituirá a assembleia-geral de associados, nomeadamente na aprovação de contas e dos orçamentos.
Será composta por 30 associados, obedecendo a critérios de antiguidade: 15 com menos de dez anos de antiguidade associativa e 15 com mais de dez anos de antiguidade associativa.
A Associação Mutualista registou um prejuízo consolidado de 86 milhões de euros em 2020, após um lucro de nove milhões de euros em 2019, penalizado pelas perdas de 81 milhões de euros do Banco Montepio. «Em 2020, o resultado líquido consolidado do MGAM [Montepio Geral Associação Mutualista] foi negativo, em -86 milhões de euros, valor muito superior aos -18 milhões de euros registados em base individual», disse, na altura.
Recorde aqui a entrevista que Virgílio Lima deu ao Nascer do Sol.