Marcelo diz que pandemia acentuou “desigualdades” e permitiu que outros poderes se aproveitassem das suas “fissuras”

Este “clima pandémico”, para o Presidente da República, permitiu o crescimento do populismo, que, agora, num “segundo momento”, está a conseguir entrar “pelas fissuras que decorrem dos avanços e recuos da pandemia”.

O Presidente da República reiterou, este quinta-feira, que a pandemia de covid-19 acentuou as "assimetrias" e "desigualdades" e que "é atrativa" para outros poderes aumentarem o seu espaço na sociedade, "pelas fissuras que decorrem dos avanços e recuos da pandemia". 

"É um desafio que vem do passado, que esteve no ano de 2021, e que ficou escondido sob o manto de uma realidade que foi muito forte, mas que está aí sob várias fórmulas", sublinhou Marcelo Rebelo de Sousa, no encontro anual do Conselho da Diáspora, que se realiza hoje, notando que "é mais difícil gerir pandemias em democracia do que em regimes mais musculados".

Segundo o chefe de Estado, a pandemia "é atrativa para algumas potências e para outros poderes porque precisamente não há nada como beneficiar da situação de indefinição para ganhar espaço vital ou para recuperar espaço", uma vez que "há insatisfações, saturações, fenómenos que alguns qualificam de negacionistas que é necessário gerir [em democracia]". 

Este "clima pandémico", para Marcelo, permitiu o crescimento do populismo, que, agora, num "segundo momento", está a conseguir entrar "pelas fissuras que decorrem dos avanços e recuos da pandemia".

"É todo um problema o gerir com racionalidade aquilo que, em muitos casos é emotivo e em muitos casos irracional", observou o Presidente da República, acrescentando que a pandemia agravou mais os problemas de "assimetrias" e "desigualdades" que são necessários combater.