O município de Cuiabá, capital do estado brasileiro de Mato Grosso, aprovou, na terça-feira, em primeira votação, o projeto-lei que estabelece o ‘Dia do Orgulho Hétero’. O projeto, proposto pelo vereador Marcos Paccola, foi aprovado com 15 votos a favor, oito abstenções e um contra.
O objetivo do ‘Dia do Orgulho Hétero’ é defender a liberdade de ser heterossexual e conservar o “modelo de família”, explicou Paccola, acrescentando que a Constituição Federal estabelece o princípio da igualdade e que "tal garantia não pode ser restrita às minorias".
Na ótica do vereador, cada vez mais os homens e mulheres heterossexuais sentem dificuldade em explicar aos filhos o porquê de existir um ‘Dia do Orgulho LGBT’ e não um ‘Dia do Orgulho Hétero’.
“Não tenho nada contra esses dias, acho que cada um tem sua liberdade e tem que lutar por isso. Nós temos orgulho de dizer que somos héteros, isso não nos faz melhor ou pior que ninguém”, disse Paccola na sessão da Câmara Municipal de Cuiabá.
O documento, que deverá ser aprovado em definitivo no próximo ano, depois da segunda votação ter sido adiada, estabelece que o dia se deve celebrar no terceiro domingo do mês de dezembro.
Nas redes sociais, Paccola afirmou que “o objetivo principal por trás deste projeto é que não destruam o modelo tradicional de família, os valores conservadores cristãos e o sentimento de civismo patriótico que são as marcas mais fortes” dos conservadores.
"Não tenho nada contra, muito pelo contrário, tenho amigos no primeiro contato direto que são homossexuais, não tenho nada contra", disse, frisando que “na ciência se constitui uma família com cromossoma XX e XY”.
Já Edna Sampaio, a única vereadora a votar contra, também recorreu às redes sociais para comentar a aprovação do projeto-lei e considerou que "não há do que se orgulhar, já que o Brasil é o país que mais mata pessoas LGBTQIA+ no mundo".
"Existe uma supremacia hétero, como se fosse crime ser LGBTQIA+. Qual é o orgulho num mundo onde uma pessoa que não é hétero é morta por não ter uma orientação hétero?", questionou.
“Quem sofre violência por orientação sexual? Quem é expulso de casa por sua orientação? Que pode ser abordado com violência na rua? Não é o heterossexual”, rematou.