Desta foi de vez. Henrique Gouveia e Melo toma posse na segunda-feira como Chefe do Estado Maior da Armada, mas a divisão interna no almirantado mantém-se: a promoção foi de novo alvo de uma tentativa de boicote, como aconteceu da primeira vez que o Governo avançou com o processo em setembro, desta vez sem eco no Presidente da República.
Ao que o Nascer do SOL apurou, o conselho do almirantado, convocado esta semana a pronunciar-se sobre a exoneração e nomeação de um novo CEMA, manteve o apoio António Mendes Calado e deu parecer negativo à sua saída, tal como já tinha feito no final de setembro. Têm lugar neste órgão que representa a cúpula da Armada os vice-almirantes em funções e houve um empate na votação, com três votos contra e três a favor na reunião desta quarta-feira. Entre os opositores à nomeação de Gouveia e Melo estava o chefe da Casa Militar do Presidente da República, o vice-almirante Sousa Pereira, e também o vice-CEMA, Jorge Novo Palma, que como o Nascer do SOL noticiou na altura já tinham tentado travar a nomeação da primeira vez.
Pelo cargo, Novo Palma tem voto de qualidade, o que fez com que o empate técnico passasse a parecer negativo. Tratando-se de um parecer não vinculativo, e desta vez com o apoio de Marcelo, o processo de nomeação foi em frente. Recorde-se que, em setembro, a nomeação de Gouveia e Melo ficou em stand-by, depois de Marcelo Rebelo de Sousa ter sido informado pelo mesmo grupo que Mendes Calado tinha sido demitido pelo ministro da Defesa. A notícia da demissão – que saiu logo após a reunião do CEMA com João Gomes Cravinho, onde o ministro informou Mendes Calado que seria dado início ao processo de exoneração e nomeação do novo titular do cargo – fez com que Marcelo Rebelo de Sousa, reagindo a quente, viesse falar de equívocos, argumentando que o momento combinado para a saída e nova nomeação não era aquele. Agora foi.