As escolas nacionais vão abrir os portões daqui a cinco dias, mas o número de novas infeções de covid-19 têm alarmado o país. Será que as instituições estão em condições de dar um ensino presencial seguro? Para Mário Nogueira, secretário-geral da Federação Nacional dos Professores (Fenprof) garante que se forem tomadas todas as medidas de prevenção e segurança necessárias, “a situação não será mais grave” do que a que se verificou no primeiro período letivo, no qual centenas de turmas ficaram em casa, assim como professores e outros trabalhadores, disse ao i. Ainda assim, admite que “é óbvio” que irão continuar a aparecer casos de covid-19, “pelo menos enquanto a taxa de transmissibilidade se mantiver elevada”, o que significa, no seu entender que, “teremos alunos, professores e trabalhadores não docentes em isolamento”, daí considerar importante que os dias de isolamento tenham sido reduzidos, esperando que seja possível diminuir para os 5 dias”, diz. A Fenprof acredita que com os cuidados acrescidos, prevenção e respeito pelas normas de segurança sanitária, “talvez seja possível prosseguir o ano letivo sem necessidade de recorrer ao ensino remoto de emergência de forma generalizada”. E para isso defende que também é necessário que cada estabelecimento consiga fazer frente a cada situação e ter em conta a sua própria realidade. “Cada escola deve decidir, de acordo como os recursos que tiver. Em alguns casos usando os meios disponíveis para manter ligados os alunos ausentes e, no caso dos professores, usando os recursos que estiverem destinados para substituições de curta duração.
Computadores? problema está além disso Mário Nogueira relembra uma das promessas de António Costa, que tinha “garantido” que em setembro de 2020 as escolas teriam computadores para todos os alunos e professores. Mas tal, não aconteceu. Em janeiro de 2022, “isso ainda não acontece”. Mas o problema não fica pelos aparelhos. “Também passa pela Internet, pelo apoio que alunos com menor autonomia digital possam ter e por outros aspetos que antes de qualquer decisão a tomar, ainda que de forma compulsiva, estejam acautelados” disse o secretário-geral da Fenprof.
Confiança No caso do Agrupamento de Escolas (AE) de Silves, o diretor António Martins disse ao i que as escolas estão preparadas para a abertura. “O ensino presencial é muito importante para as crianças. Estando asseguradas todas as diretrizes da DGS confio que estejamos preparados”. E relembra ainda a importância de haver uma boa recuperação de aprendizagem para que os alunos consigam acompanhar da melhor forma.
O reabrir no resto do mundo Foi alcançado um acordo entre o Governo central de Espanha e as regiões do país para que o próximo período escolar começasse também a 10 de janeiro, apesar das infeções. A ministra da Educação, Pilar Alegría, quis passar uma mensagem de tranquilidade para as famílias antes do regresso. “Sim à prudência, mas não ao alarmismo”.
Também na Holanda – que se encontra sob um clima tenso e com grandes restrições o durante as últimas semanas devido à covid-19 – irá reabrir também as escolas primárias e secundárias no dia 10 de Janeiro.
Já o Reino Unido antecipou-se uns dias. Milhões de alunos na Inglaterra já estão de volta às aulas e em regime presencial. Mas a atenção não sai de cima da variante Omicron, que atingiu o país sem misericórdia. Os diretores escolares consideram que será ainda um desafio, já que muitos alunos, docentes e outros trabalhadores podem ter de ir para casa e optar pelo ensino online. O Governo britânico tem vindo a pedir às escolas que juntem as turmas, caso seja preciso -–, mas insiste na educação presencial.