O Tribunal de Braga começou esta segunda-feira a julgar, à porta-fechada, um homem de 30 anos acusado de 32 crimes de abuso sexual de crianças, por "atos de caráter exibicionista" junto a escolas primárias e jardins de infância daquele concelho e de Barcelos.
De acordo com a acusação, a primeira situação ocorreu a 28 de abril de 2017, quando o arguido estacionou a sua viatura em frente à Escola Primária de Maximinos, em Braga, e se masturbou frente a cinco alunas.
A ação foi depois repetida no ATL do Conservatório Calouste Gulbenkian, na escola EB1 das Enguardas e no Jardim de Infância de Cabreiros, todos naquele concelho.
Em junho de 2018, a situação voltou a acontecer nas imediações da EB1 de Creixomil e da Escola Básica de Perelhal, em Barcelos.
"O arguido atuou com o propósito de importunar os menores, sabendo que o estava a fazer, praticando, perante estes, atos de caráter exibicionista", refere a acusação.
O mesmo documento refere que os menores, com idades compreendidas entre os 4 e os 11 anos, ficaram "incomodados e constrangidos" e que o arguido sabia que tais atos "eram suscetíveis de prejudicar o livre e harmonioso desenvolvimento da personalidade sexual" dos mesmos, "o que quis e conseguiu".
Entretanto, em outubro do ano passado, o homem foi detido pela Guarda Nacional Republicana (GNR), também por "importunação sexual", mas neste caso a peregrinas dos Caminhos de Santiago, em Barcelos.
De acordo com um comunicado emitido nessa altura, a autoridade terá recebido "várias denúncias" pela prática de importunação sexual nos Caminhos de Santiago, nomeadamente nas freguesias a norte daquele concelho.