A ex-líder de Myanmar Aung San Suu Kyi foi condenada esta segunda-feira a mais quatro anos de prisão, num julgamento que poderá resultar em décadas de reclusão para a ativista que luta pela democracia.
Aung San Suu Kyi está detida há quase um ano – desde o golpe militar de 1 de fevereiro de 2021. Tem sido desde então alvo de uma série de acusações que o seu advogado descreveu como absurdas.
A galardoada com o Prémio Nobel da Paz em 1991 foi considerada culpada de acusações relacionadas com importação ilegal, posse de walkie-talkies e violação das regras do coronavírus, de acordo com a Associated Press.
Tem havido muito pouca informação sobre os procedimentos dos seus julgamentos, que não pode ser acedida pelos meios de comunicação. O seu advogado também foi impedido de falar com jornalistas. A ex-líder da antiga Birmânia tinha sido condenada em dezembro do ano passado a quatro anos de prisão por violação das restrições ao coronavírus – uma pena que acabou por ser reduzida para dois anos pelos generais no poder, encontrando-se a cumprir esta primeira pena no local onde foi detida, estando incomunicável desde a sua detenção há quase um ano.
Aung San Suu Kyi, que passou um total de 15 anos em campanha de detenção contra os militares, enfrenta também outras acusações, incluindo alegações de fraude eleitoral e corrupção e violação da Lei dos Segredos Oficiais. Se for considerada culpada em todos os casos, poderá passar o resto da sua vida na prisão.