As últimas projeções do Instituto de Métricas e Avaliação em Saúde da Universidade de Washington, que levaram ontem a OMS a indicar que metade da população europeia pode ser infetada este inverno, apontam que Portugal poderá estar a passar atualmente pelo pico de infeções (a data prevista era 11 de janeiro, ontem) perto das 200 mil/dia, sendo apenas uma fração detetada.
O IHME estima que 80% a 90% dos casos de Omicron são assintomáticos e que isso, associado à elevada contagiosidade, torna difícil travar o contágio. Em contrapartida, o pico chega mais rápido, em quatro ou cinco semanas, defende.
Mesmo com a Omicron associada a menor severidade, o instituto reviu em alta a modelação dos internamentos para ter em conta o efeito de hospitalizações “acidentais” de pessoas infetadas por outros motivos, calculando que 12,5% dos infetados poderão vir a ser admitidos nos hospitais quer pela covid-19 quer por outros motivos – o que a modelação para Portugal sugere que poderá haver um pico de 5900 camas ocupadas por pessoas positivas para o SARS-CoV-2 no final deste mês, podendo chegar-se a 450 em UCI.
Estimam uma redução de 90% da taxa de letalidade com a Omicron face ao que se verificava com a Delta, antecipando um inverno com menos mortes associadas à covid-19 do que em 2021, e menos do que previam há duas semanas. Até maio, estimam que possam vir a registar-se mais 900 mortes associadas à covid-19 em Portugal e mais 800 mil a nível global.
“O pico depende de cada país mas esperamos que em março a Omicron tenha afetado 60% da população, em alguns países mais, e a maioritariamente em janeiro. Não esperamos uma elevada mortalidade, mas uma elevada disfunção face ao elevado número de pessoas infetadas”, defendeu o diretor do organismo, Chris Murray.