Novak Djokovic: o nome que continua a dar que falar mesmo sem estar a disputar o Open da Austrália, o 1.º Grand Slam da temporada que vai terminar no dia 30 de janeiro. O sérvio, como se sabe, ainda pisou os courts em Melbourne, mas acabou eliminado pela justiça australiana, que impediu o número 1 do ranking mundial de lutar pela revalidação do título no major australiano, naquela que poderia representar a 10.ª vitória no torneio (2008, 2011, 2012, 2013, 2015, 2016, 2019, 2020 e 2021), além da conquista do 21.º Grand Slam da sua carreira.
Djoko tinha recorrido à justiça australiana, mas três juízes do Tribunal Federal confirmaram a decisão tomada pelo ministro da Imigração, de cancelar o visto do tenista, que não está vacinado contra a covid-19, alegando motivos de interesse público. O ministro cancelou o visto, alegando que a presença de Djokovic no país “pode constituir um risco para a saúde” e “ser contraproducente para os esforços de vacinação de outros na Austrália”. “[…] Uma icónica estrela de ténis de renome mundial poderá influenciar pessoas de todas as idades, jovens ou idosas, mas talvez especialmente os mais jovens e impressionáveis, que quererão seguir o seu exemplo. Isto não é fantasioso; não carece de provas”, pode ler-se no principal ponto entre os 106 que sustentam a decisão.
Foi a segunda vez que o visto do sérvio foi cancelado, depois de ter chegado a solo australiano no dia 5 de janeiro, lembrando que não poderia estar vacinado, uma vez que teria estado alegadamente infetado com o vírus na segunda quinzena de dezembro.
Apesar dos avanços e recuos que culminaram com a deportação do sérvio, já este domingo (23 de janeiro), o diretor do Open da Austrália assegurou que Djoko pretende regressar aos palcos do major australiano em 2023, garantindo ainda que o desfecho desta história resultou de uma “má comunicação”. Para Craig Tiley, a deportação do número um mundial resultou da “constante alteração de condições” e da “má comunicação” com o governo federal de Victoria. “Mesmo durante a semana passada [já depois da expulsão de Djokovic], as coisas mudaram no que diz respeito às medidas de combate à pandemia [de covid-19]”, notou.
Roland Garros, Wimbledon e US Open Aliás, só as possíveis mudanças verificadas de país para país no que respeita às leis covid parecem deixar Djoko sonhar com uma participação em Roland Garros, a disputar no próximo mês de maio e junho. O jornal italiano Gazzetta dello Sport diz que o governo francês vai operar uma alteração nos regulamentos de entrada no país que vai passar a incluir pessoas não-vacinadas, desde que tenham acusado positivo à covid-19 nos seis meses anteriores. A confirmar-se, Djokovic – que esteve supostamente infetado a partir de 16 de dezembro – teria ‘porta aberta’ até meados de junho, altura em que Roland Garros já terá conhecido o campeão da edição de 2022.
Segue-se o Wimbledon (junho/julho) e o US Open (agosto/setembro). No primeiro, a disputar em Londres, Djokovic poderá dar entrada no país desde que cumpra 10 dias de isolamento e teste duas vezes negativo à covid nesse período, mas, já nos EUA, as regras voltam a ser semelhantes aos critérios australianos, pelo que a presença do sérvio poderá ficar novamente em causa. Mas, no final do dia, a presença do atual número 1 do mundo estará sempre dependente das regras em vigor em cada um dos países nas respetivas datas em que decorrem os torneios.