Numa entrevista ao i, Ossanda Liber, cabeça de lista do Aliança ao círculo eleitoral da Europa, teceu duras críticas ao ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva. Essencialmente, criticou o facto de Santos Silva ser cabeça de lista do PS pelo círculo fora da Europa e depois subir a ministro. No entender da luso-franco-angolana, um deputado eleito por aquele círculo deve estar na Assembleia da República a defender os interesses dos seus eleitores, precisamente por o círculo apenas eleger dois deputados. “Mas pelos vistos isso não incomoda, porque não há interesse nenhum nesses cinco milhões de pessoas”, afirmou.
Ainda no âmbito da crítica ao ministério dos Negócios Estrangeiros, apontou, de forma algo surpreendente, uma eventual falta de transparência das embaixadas e consulados” , notando que estas se comportam no sentido de manter “os partidos no poder”.
Além disso, a entrevista destaca-se pelo facto de Ossanda rejeitar, redondamente, haver “racismo estrutural em Portugal” – uma sua posição que já era conhecida mas que reforçou nesta entrevista. “Definitivamente, a alma portuguesa não é racista”, afirma, para logo depois considerar que o Bloco de Esquerda “instrumentaliza o racismos para fins políticos”.
Quanto ao Chega, afirma “ainda não saber o que é” e resiste em classificar os ataques do partido aos ciganos como “racismo”. Todavia, afirma que se essa perseguição fosse feita a africanos já o seria.