Conhecido por ter sido presidente do Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos (STI), Paulo Ralha passou de militante do PS a apoiante do BE. Paulo Ralha agora é cabeça-de-lista do Chega em Coimbra e explica esta mudança.
Em entrevista ao i garante que “o Chega é um partido que assume ser de direita e radical no sentido de querer ir à raiz das coisas e mudar o país. Quando saí do sindicato [dos Trabalhadores dos Impostos] desfiliei-me do PS. Na altura, expliquei as razões, como situações de pessoas indiciadas em processos de corrupção que toda a gente sabia e estavam envolvidos em situações, no mínimo, duvidosas e não explicavam nada. Até pelo contrário, remetiam-se ao silêncio ou diziam que eram tudo cabalas, quando as provas eram mais do que evidentes. Mesmo assim, o Partido Socialista protegia essas pessoas e não só as protegia com ainda as punha em lugares de destaque em termos de candidaturas.”
E garante que a saída do sindicato coincidiu com a aproximação à direita. “Acabei por fazer um caminho de aproximação à direita – e porque me fui desligando do Bloco de Esquerda? Fiz um percurso no setor privado, embora infrutífero e vi como é que vivia. Verifiquei também que era impossível angariar riqueza para o país com aquele combate que o Bloco de Esquerda pretende fazer. Ou seja, de taxar a riqueza, de taxar o capital. É impossível hoje em dia, num mundo globalizado, sem fronteiras, com as offshores todos que existem, implementar esse tipo de medidas. É como tentar agarrar areia com os dedos. Há tantos pontos de fuga que é impossível assentar o progresso e o desenvolvimento económico de um país na taxação da riqueza. Temos é que atrair riqueza”, salientou.
Em relação ao futuro do Chega não tem dúvidas: Estamos a lutar para que o partido tenha uma votação histórica, quer afirmar-se como o terceiro maior partido português. É claro que dentro desse objetivo se conseguir ser eleito melhor ainda. Junta-se o útil ao agradável”. E acrescentou: “Pretendemos: ter uma voz muito mais firme e audível na Assembleia da República”.
Paulo Ralha defende a redução dos impostos. “Defendemos que haja uma progressividade, ou seja, reduzir os escalões e progressivamente baixando para uma taxa única. Mas isso é um objetivo que não pode ser alcançado de forma bruta, mas equilibrada”, acrescentando que “ao baixar os impostos haja cada vez mais gente a entrar dentro do sistema, porque impostos altos significam que o risco que as empresas correm por não pagar é considerado aceitável, Se os impostos forem mais baixos não compensa correrem esse risco”.
Leia aqui a entrevista na íntegra.