O mês de janeiro aproxima-se do fim ainda com os diagnósticos de covid-19 a aumentar em todas as faixas etárias, maior pressão na testagem com maior peso de casos positivos, o que indicia que haverá mais casos por detetar mas agora algum abrandamento face ao que se viveu na semana passada. Há no entanto que ter em conta que a contagem de casos positivos nos boletins diários da DGS não é imediata: atualmente, após um autoteste positivo, o utente recebe uma requisição para fazer o teste e a declaração de isolamento profilático, podendo não fazer de imediato o teste PCR confirmatório que continua a ser recomendado que permite entrar na contabilidade de casos, o que só acontece automaticamente quando é feito um teste rápido positivo num laboratório ou farmácia ou um teste PCR.
De acordo com o boletim da Direção Geral da Saúde, mantêm-se em isolamento mais de um milhão de portugueses entre casos ativos e contactos, mas poderão na realidade ser mais tendo em conta esta realidade de que a testagem após um autoteste positivo pode não ser imediata. Analisando a distribuição de diagnósticos por faixa etária, é nas crianças dos 0 aos 9 anos que se continua a verificar uma maior subida (de 81% face à semana anterior), mas menos acentuada do que na semana passada, em que triplicaram face à semana anterior. Segue-se o grupo dos adolescentes dos 10 aos 19 anos e subidas mais intensas também no grupo etário dos 30 aos 39 anos (mais 46%) e no grupo dos 40 aos 49 anos (mais 43%). Na população mais velha, maiores de 70 anos, que até aqui tem sido a menos exposta ao vírus nesta vaga da epidemia, os diagnósticos continuam a subir, com um aumento semanal na casa dos 15% entre septuagenários e na casa de 18% entre maiores de 80.
Com o absentismo a causar constrangimentos em vários setores, o Ministério da Saúde assegura que a situação nos hospitais está controlada e não é expectável que mude. O número de doentes internados com teste positivo para a covid-19 baixou ontem ligeiramente. Há um ano havia 6472 doentes com diagnóstico positivo para a covid-19 internados nos hospitais do SNS, dos quais 765 em cuidados intensivos. São atualmente cerca de 2300 doentes com teste positivo para a covid-19 nos hospitais, dos quais 154 em cuidados intensivos. Entre os doentes em enfermaria, uma parte significativa são doentes admitidos por outras causas que não a doença covid-19, conforme têm relatado os hospitais. O i já solicitou um balanço à Direção Geral da Saúde de quantos doentes estão internados com doença covid-19 mas não teve ainda resposta. Também em relação ao aumento da mortalidade não foi divulgada uma análise sobre causas de morte. A mortalidade global registada a nível nacional neste mês de janeiro por todas as causas tem estado abaixo dos invernos com maior mortalidade nos últimos anos e muito abaixo do que se vivia há um ano, quando pela primeira vez morreram em Portugal mais de 700 pessoas diariamente.
Nos últimos sete dias, revela a plataforma de vigilância de mortalidade do Ministério da Saúde, morreram em Portugal diariamente cerca de 380 pessoas, dentro da mortalidade expectável no país nesta altura do ano.