Depois da subida a pique, uma descida acentuada de diagnósticos para a covid-19, em particular nas crianças, que registaram a incidência mais elevada na atual vaga provocada pela Omicron. Na última semana, os novos diagnósticos de covid-19 baixaram 24% no país, sendo a maior descida de testes positivos para o SARS-CoV-2 nas crianças até aos 9 anos de idade, grupo em que o número de novos casos baixou 36% no espaço de uma semana.
Apesar de só ontem o boletim da Direção Geral da Saúde ter dado nota da descida da incidência, como o i noticiou a descida começou a notar-se no início da semana passada – nos boletins diários da DGS, a incidência a 14 dias e o RT, calculado com uma metodologia que implica o desfasamento de uma semana para haver dados mais consolidados, leva a que este documento demore a acusar subidas ou descidas de diagnósticos, parecendo às vezes que a incidência continua a subir quando a tendência é já de descida (ou vice versa). Já tinha acontecido noutras alturas da pandemia e agora foi também esse o caso, demorando a acusar a descida de infeções que se vive no país desde a semana passada.
Agora com o balanço da semana fechado, os dados disponibilizados pela DGS, que o i analisou, mostram que de segunda-feira a domingo, foram diagnosticados 293.188 casos de covid-19 em Portugal, menos 92 mil do que na semana anterior (última semana de janeiro), em que foi atingido o pico de infeções. A descida de diagnósticos é mais acentuada na região Norte (-31%) e em Lisboa e Vale do Tejo (-23%), as regiões onde se registaram o maior número de diagnósticos nas últimas semanas e onde a situação se inverteu primeiro. A descida é no entanto transversal a todo o país à exceção dos Açores. Ainda assim, a incidência continuava este domingo muito acima de vagas anteriores a esta, o que significa que o vírus continua a circular com grande intensidade e se mantém um risco muito elevado de infeção, algo patente no número de portugueses isolados: continuam a ser mais de 1,2 milhões de portugueses. Mesmo nas crianças, continuaram a ser diagnosticados na semana passada uma média diária de 5700 novos casos por dia.
Já os dados desagregados por faixa etária, que a Direção Geral da Saúde disponibiliza à imprensa, mostram que tal como a população até aos 50 anos representou cerca 80% dos diagnósticos nas últimas semanas, é nestes grupos etários que a descida é mais marcada. Depois das crianças até aos 9 anos, em que os novos casos baixaram 36% na última semana, as maiores descidas verificam-se no grupo etário dos 30 aos 39 anos (-25%) e no grupo etário dos 40 aos 49 anos (-28%). É nos idosos com mais de 80 anos, o grupo etário menos exposto à Omicron nas últimas semanas, que os diagnósticos têm mostrado uma tendência ainda ligeira de subida, havendo uma inversão nos últimos dias. Ainda assim, no balanço da última semana, foram o único grupo etário em que os diagnósticos aumentaram face à semana anterior, com 7829 novos casos nesta faixa da população,+7% do que nos sete dias anteriores. O aumento da mortalidade associada à covid-19 acompanhou nas últimas semanas a subida de diagnósticos na população mais velha. A Direção Geral da Saúde revelou ao Nascer do SOL que todos os certificados de óbitos estão a ser analisados diariamente e que são apenas reportadas vítimas em que a covid-19 foi registada pelos médicos como causa direta de morte, excluindo casos em a causa primária de morte foi outra doença.