Uma mulher foi esta quarta-feira condenada pelo Tribunal de São João Novo, no Porto a uma pena de prisão de 18 anos por ter matado a sua ex-esposa com 12 facadas numa rua daquela cidade, em março de 2021.
A arguida foi condenada pela prática de um crime de homicídio qualificado e outro de violência doméstica nas penas de 17 anos e dois anos e meio, respetivamente, resultando daqui um cúmulo jurídico de 18 anos de prisão. Além disso, a mulher foi ainda condenada a pagar uma indemnização de 25 mil euros à mãe da vítima.
Pedro Menezes, o presidente do coletivo de juízes, considerou que "não há razões para afastar a especial censurabilidade" da conduta da arguida e que o crime resultou de um ato de "puro egoísmo". "Espero que o tempo que vai passar na prisão a faça refletir no seu erro", observou, dirigindo-se à mulher condenada.
A vítima, de 25 anos e funcionária de uma cadeia de "fast-food", foi atacada pelas 6h35 de 13 de março de 2021 na rua Benjamim Gouveia, no Porto, quando se deslocava para o seu posto de trabalho, tendo sido atingida com 12 golpes de faca no tórax, costas, braços e pescoço.
A arguida agiu inconformada com o divórcio de ambas, após um casamento alegadamente marcado por frequentes episódios de violência doméstica.
Em julgamento, a arguida pediu perdão pelo homicídio da ex-esposa, declarando-se arrependida: "Não era este o desfecho que queria".
Polícias envolvidos na investigação do caso afirmam que a arguida se entreou na esquadra depois de cometer o crime, dizendo que achava ter matado uma pessoa.
As testamunhas contaram que a arguida apresentava a roupa ensaguentada e olhos inflamados por ação de gás pimenta, que foi lançado, segundo os agentes, pela vítima na tentativa de travar o ataque de que estava a ser alvo.
Nas alegações finais, em janeiro, o Ministério Público pediu a condenação da arguida a 18 anos de prisão.
A defesa admitiu apenas uma condenação por homicídio por negligência.