Tiago Sousa Dias, o até aqui secretário-geral do Chega, renunciou ao cargo que tinha e anunciou a sua decisão na manhã desta quarta-feira através de uma mensagem colocada no Facebook. Apesar de não revelar concretamente as razões que o levaram a fazer esta escolha, Sousa Dias afirma: "Não abdico da liberdade de pensar por mim e de apenas me dedicar ao que verdadeiramente me motiva".
O ex-secretário-geral, começou por dizer que, em novembro de 2021, recusou ter um salário no partido. "Entendo que quem está nos órgãos nacionais não deve ter, simultaneamente, uma remuneração, o que sempre limitaria a sua liberdade. Eu prezo muito a minha liberdade e exercê-la-ei sempre", salienta.
Em seguida, Tiago Sousa Dias revelou "muito orgulho no trabalho que fez enquanto Secretário Geral do Partido Chega", salientando que, "entre tantas outras coisas", limpou "juridicamente o Partido"; edificou "uma nova estrutura jurídica que, com as virtudes e defeitos que possa ter, me parece mais sólida" e, para o final, salvou "o Partido de um novo pântano que nos custaria o bom resultado que tivemos nestas eleições".
O ex-secretário-geral sublinha ainda que não tem "vergonha nem hesitações" do trabalho que fez, "nem tudo são rosas". "Não abdico da liberdade de pensar por mim e de apenas me dedicar ao que verdadeiramente me motiva. Quando discordo, digo-o. Quando concordo também. Essa é a minha primeira e primária forma de ser leal".
Tiago Sousa Dias disse que escolheu manter o silêncio "até ao encerramento do processo eleitoral que termina na contagem dos votos da emigração", de modo a não prejudicar o partido e tentou "por todos os meios perceber e enquadrar-me no caminho que o Chega tem pela frente". "Mas, na ausência de respostas, não encontrei outra solução".
"Transmiti ontem ao Presidente do Partido a minha indisponibilidade para continuar na função de Secretário Geral, e entendo dever prestar uma palavra singela em público, não tendo direito ao silêncio. Não há dramas. Não há gravidades. Não há querelas pessoais", revelou, acrescentando que "há, simplesmente, aquilo que entendo que deve acontecer em Democracia. Discordância e a assunção da responsabilidade pessoal de ser consequente com ela".
Por fim, o ex-secretário-geral refere que não respeitará "quem não respeitar a minha liberdade". "A minha discordância não se prende com a essência deste Partido, na qual continuo a acreditar, nem gera em mim qualquer sentimento (estimulante ou depressivo). É pura, objetiva e bem delimitada", reitera.
"Antes que mo perguntem, portanto, sim… continuarei como militante, e sim… continuarei livre", conclui.