Nomes como Luís Pedro Mota Soares, Cecília Meireles, João Almeida ou Telmo Correia – todos do grupo parlamentar do CDS que agora se despede da Assembleia da República e denominados portistas – vão apoiar a candidatura de Nuno Melo à liderança do partido e a sua difícil missão de fazer renascer das cinzas uma das forças políticas fundadoras da democracia.
Nuno Melo tem vindo a colher apoios de todas as frentes centristas, e não apenas da ala portista.
Filipe Lobo d’ Ávila, por exemplo, que chegou a protagonizar uma candidatura contra Francisco Rodrigues dos Santos, na corrida em que este acabou por sair vencedor, derrotando João Almeida, já excluiu a possibilidade de concorrer à liderança do partido – uma possibilidade que, apurou o Nascer do SOL, só chegou a admitir no caso de não haver um candidato com reconhecidas condições de poder reerguer o CDS.
E a candidatura de Nuno Melo, já com um vasto conjunto de personalidades a apoiá-lo dão garantias a Lobo d’ Ávila que o eurodeputado pode ser o homem certo para liderar o partido neste difícil período, não só de desgaste político (em que deixou de ter representação no Parlamento pela primeira vez desde a Constituinte) como de sérias dificuldades financeiras.
Apesar de contar com crescentes apoios, Nuno Melo já sabe que contará com alguma oposição no congresso que o conselho nacional do partido, ontem reunido na sede do Largo do Caldas, marcou para o primeiro fim de semana de abril (dias 2 e 3), segundo a proposta da direção cessante.
O antigo dirigente concelhio Miguel Mattos Chaves e o jovem conselheiro de Francisco Rodrigues dos Santos, e que o acompanhou em toda a campanha para as legislativas, Bruno Filipe Costa já assumiram vontade de apresentar uma moção global ao congresso e, nessa linha, avançarem com candidaturas alternativas à do eurodeputado.
Tanto Bruno Filipe Costa como Miguel Mattos Chaves, porém, não deverão reunir condições para abalar a candidatura de Nuno Melo.
Questão diferente é a discussão que o partido pode ainda vir a fazer sobre o espaço político que lhe resta – ou não – no espetro da política potuguesa, sobretudo considerando a evolução do Chega e do Iniciativa Liberal, que reforçaram o seu espaço no palco parlamentar de onde o CDS foi escorraçado.
Nuno Melo considera que sim, pois, tal como referiu à entrada para o conselho nacional de ontem, não tenciona «perder um segundo a falar sobre o passado», uma vez que o seu objectivo é «resgatar o CDS para o lugar que merece».