Referendo para proibir testes animais reprovado na Suíça

Esta foi a quarta vez que uma proposta do tipo foi rejeitada num referendo no país, “embora com ligeiras nuances de redação e fundamentação”.

Este domingo, cerca de 79,08% das pessoas que participaram num referendo realizado na Suíça, votaram contra a proposta legislativa de iniciativa popular e aprovada por grupos de animais que tinha como intenção “a proibição de testes em animais e humanos”.

De acordo com o La Vanguardia, a participação nesta ação foi de 44,19%, com 1.893.539 votos contra e 500.937 votos a favor. Assim, os números fizeram com que a Suíça, ao contrário daquilo que se pudesse pensar, não seja o primeiro país do mundo a proibir testes em animais. 

Na verdade, esta foi a quarta vez que uma proposta do tipo foi rejeitada num referendo no país, “embora com ligeiras nuances de redação e fundamentação”.

De acordo com a interpretação difundida pelo governo suíço, a redação da proposta previa a “proibição total de testes em animais” e isso levaria à “proibição da importação de produtos desenvolvidos através desse” meio e, ainda, à “proibição de testes a envolver seres humanos”. 

Segundo o executivo, ee a proposta tivesse sido aprovada, novos medicamentos não poderiam ser desenvolvidos na Suíça, através de técnicas e procedimentos de ensaios clínicos atuais que exigem testes em animais e humanos.

Tal como o governo suíço que declarou unanimemente contra a proposta, uma grande maioria dos membros do Conselho Nacional e do Conselho de Estado também a rejeitou.

De outra maneira, a posição dos grupos promotores do projeto foi substancialmente diferente, baseando-se em questões éticas e de defesa dos direitos dos animais e propondo novos métodos (como modelos computacionais) para o desenvolvimento de medicamentos.

De quase dois milhões no início da década de 1980, o número de testes realizados em animais na Suíça caiu agora para uma média de 600 mil por ano.

Foram mais de 550 mil os animais que morreram em testes de laboratório em 2020, incluindo 400 mil ratos, quase 4.600 cães, 1.500 gatos e 1.600 cavalos. Além disso, primatas, vacas, porcos, peixes e pássaros também foram mortos durante e após as experiências.