A chuva deste domingo não foi suficiente para reverter a descida do nível da água na albufeira de Castelo de Bode, que abastece Lisboa, e que se encontra agora a 58% da capacidade total. A monitorização do Sistema Nacional de Informação de Recursos Hídricos (SNIRH), que o i analisou, mostra que no domingo a descida foi menor que em dias anteriores, mas a cota da albufeira voltou a descer dois centímetros, com a chuva a não ser suficiente para repor água face ao consumo. A cota da albufeira situava-se ao final do dia de domingo nos 106,12 metros, agora mais de 2,5 metros abaixo do início do ano e no nível mais baixo de 2001, de acordo com o histórico do SNIRH.
Nas restantes quatro barragens em alerta, onde o Governo determinou a suspensão da produção de eletricidade a 1 de fevereiro e onde nos últimos tempos já se tinha registado uma ligeira recuperação do nível da água, o que não aconteceu em Castelo de Bode, voltou a haver ligeiras subidas este domingo. Na albufeira do Alto Lindoso/Touvedo, a cota da albufeira subiu cerca de um centímetro no domingo, tendo já recuperado cerca de três metros face ao mínimo registado nas últimas semanas (a 18 de janeiro foi atingida a cota de 287,06m e situa-se agora nos 290,41m).
Na albufeira do Alto Rabagão, que também tem registado uma ligeira recuperação, foram recuperados mais três centímetros este domingo, para uma cota de 850,54m. Na albufeira de Vilar/Tabuaço, houve também uma recuperação de um centrímetro de água, sendo que apesar de desde que parou a produção hídrica se interrompeu a descida, esta barragem ainda não recuperou um metro de água e a cota da albufeira está 18 metros abaixo do que se vivia há um ano.
No Cabril, houve uma recuperação de cerca de 9 centímetros, mas o nível da água, já tendo recuperado, continua abaixo do habitual.
Em Castelo de Bode é que continua a não haver sinais de recuperação do nível da água, agora mais uma vez sem previsão de chuva significativa por parte do IPMA para os próximos dias. Os empresários da região pedem que só se volte a produzir energia hídrica quando o nível de água na albufeira subir 10 metros. Há um ano, a albufeira registava uma cota de 118,99 metros, quase 13 metros acima da atual.
Como o Nascer do SOL noticiou, apesar de ter parado a produção hídrica, a barragem manteve-se a turbinar o caudal ecológico, o que além do abastecimento de água consome água albufeira. A Agência Portuguesa do Ambiente não esclareceu que impacto tem o caudal ecológico nas reservas para consumo humano, que o Governo garante que asseguram atualmente dois anos.