Portugal do futuro

O Partido Socialista ao invés de agora buscar usufruir do poder, deve trabalhar para atender a população, e com ela, manter o partido no poder.

Por Hélio Fernandes Costa

Engenheiro Civil

A vitória do Partido Socialista por maioria absoluta nas eleições realizadas em Portugal em 31 de janeiro, pode servir para o bem ou para o mal. A concentração de poder em outras oportunidades, tem levado à ausência de reformas e busca de horizontes desvinculados os interesses coletivos  adequados.

Normalmente nessas ocasiões, intensificam-se a corrupção, os interesses de corporações ligadas ao poder, o compadrio, o nepotismo e a manutenção do ‘status quo’.  Sem o aproveitamento do momento para o estabelecimento de equidade e desenvolvimento social, advindo de reformas políticas e estruturais necessárias. 

O Partido Socialista ao invés de agora buscar usufruir do poder, deve trabalhar para  atender a população, e com ela, manter o partido no poder. Para isso, não há novidade quanto ao modo para obtenção desse objetivo. O Governo deve interagir com a população mais intensamente. Tanto nas regiões do país, quanto nos países da CPLP, onde habitam provisória ou permanentemente inúmeros portugueses, merecedores de atenção. 

É conveniente a criação  de núcleos  descomprometidos com o poder, mas sequiosos com o bem estar, justiça, harmonia e paz social. O bom direcionamento de entidades sociais, sindicatos, órgãos de classe, instituições de beneficência, cultura, esporte e lazer, servirão para formação de uma consciência coletiva adequada aos novos tempos. 
Hoje as técnicas de informática, com os meios digitais, possibilitam inclusão comunitária de todos os portugueses em programas de interesse solidário. 

O Partido Socialista de Portugal tem-se demonstrado um partido moderado.

Penso ser boa hora para definir o que deve ser, ‘o partido, o socialismo e Portugal.’ Não tem sentido a vinculação  física ou política a movimentos e organizações já superados ou extintos. Devemos chegar ao momento  em que os primordiais interesses sejam  a tolerância, equidade, justiça e bem estar social. 

O integral atendimento dos direitos, humanos da liberdade responsável e da possível democracia. Não há hoje como ficar alheio às questões da imigração, da necessária neutralidade na política internacional, do desarmamento, da defesa da livre iniciativa, a luta contra o racismo e homofobia, restruturação do sistema jurídico.

Para que o discurso tenha frutos, porque não examinar teses e opiniões de partidos opositores, mesmo os mais radicais, e adotar possíveis ideias de consenso?

A manutenção de um poder legítimo, frutuoso, equânime e sadio, que sirva à perene maioria da população, implica na participação ou identificação desta com o destino resultante da política, representado pelas satisfações individuais e coletivas.

O estado de Felicidade deve alargar-se para toda a comunidade CPLP e quiçá para o mundo, com ações vinculadas ao partido e a identidade portuguesa.