O primeiro-ministro, António Costa, está esta sexta-feira a marcar presença na VI CImeira entre a União Europeia (UE) e a União Africana (UA), em Bruxelas.
Em relação ao adiamento da tomada de posse do novo Governo e questionado sobre se a repetição das eleições no círculo da Europa o obrigada a "adiar as conversas" e se "baralha as contas" na formação do novo Executivo, Costa respondeu que apenas adia os convites que iria dirigir a partir de hoje.
"Não, não baralha as minhas contas, adia simplesmente as conversas que eu iria ter. Em vez de ter hoje e durante os próximos dias, terei naturalmente depois e no momento adequado", disse, apelando a que os portuguesesque residem fora de Portugal, no círculo da Europa, compreendendo esta participação, correspondam votando, tal como fizeram no dia 30 de janeiro, no qual houve um crescimento muito significativo da participação eleitoral”, disse.
O primeiro-ministro realçou que, "como é sabido, o novo Governo não pode tomar posse antes de a nova Assembleia da República (AR) estar instalada", e que, por isso, é necessário "aguardar a repetição das eleições, o apuramento dos resultados, a publicação dos resultados, os três dias necessários para a instalação da AR", e só depois disso é que poderá apresentar ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, "a lista das personalidades" que iá convidar para integrarem o próximo Governo.
"Como é obvio, não irei fazer os convites sem ser próximo do momento em que possa entregar a lista ao senhor Presidente da República, porque a primeira pessoa que deve conhecer essa lista oficialmente é precisamente o senhor Presidente da República", disse, reiterando a sua firme vontade de que "não comecem a circular por aí os nomes".
O primeiro-ministro lembrou também, a propósito do comunicado que emitiu "logo depois das eleições", que muitos dos nomes que se têm visto na comunicação sobre qualquer indicação para cargos "são puras especulações".
Questionado sobre se também são especulação as notícias que apontam como futuro Presidente da Assembleia da República o atual ministro dos Negócios Estrangeiros – Augusto Santos Silva, a seu lado na conferência de imprensa de hoje após ambos terem participado na cimeira UE-África -, o primeiro-ministro respondeu que "o único facto" é que este é o chefe da diplomacia.
"A única coisa que não é especulação é exatamente o que descreveu: eu estou aqui, e o senhor ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros está aqui ao meu lado. Este é o único facto", concluiu.
Sobre o levantamento das restrições em Portugal impostas devido à pandemia do novo coronavírus, António Costa considera que se trata de "mais um passo para o regresso a uma vida normal".
Por fim, relativamente à conferência em si, o primiero-ministro considera que foi "concisa, com menos palavras e mais compromissos" concretos, destacando que foi adotada "uma declaração política muito importante, muito concreta, com um calendário bem preciso de execução", focada nos mecanismos de financiamento da paz e do desenvolvimento.
Além disso, o chefe do Governo realçou que "todo este mecanismo de investimento vai ser objeto de monitorização", tendo ficado decidido que serão celebradas anualmente, na primavera, reuniões entre a Comissão Europeia e a Comissão da União Africana, por ocasião das quais será também feito um ponto da situação da execução dos projetos.