O líder do Chega anunciou esta segunda-feira a retirada de confiança política aos vereadores do Seixal e de Sesimbra, por uma “violação direta das regras” estabelecidas pela direção que proibiam acordos ou viabilizações de orçamentos de partidos de esquerda.
Em conferência de imprensa na sede nacional do Chega, André Ventura referiu que a Direção Nacional do partido decidiu retirar a confiança política ao vereador Márcio Souza, da Câmara Municipal de Sesimbra – que já tinha anunciado, em dezembro de 2021, a desvinculação do partido – e ao vereador Henrique Freire, do Seixal.
Segundo Ventura, nos dois casos “houve uma violação direta das regras do partido de não pactuar com partidos que têm destruído Portugal”, acusando-os de terem viabilizado orçamentos da CDU e, num dos casos de ter sido aceitado um pelouro.
“Isto é inadmissível e nenhum partido antissistema pode viver com isto de forma complacente e de forma tolerante. A minha decisão foi por isso imediata: comunicar à Direção Nacional do partido que estes dois vereadores deixariam de representar o partido e as suas estruturas, deixariam de representar o seu combate político e passarão a agir como independentes”, declarou.
Apesar de salientar que a sua força partidária está sempre aberta para o diálogo com os restantes partidos, dando o seu exemplo pessoal enquanto deputado único na Assembleia da República, onde votou em certas propostas “ao lado do BE, PCP, PSD e PS”, considerou que, nos casos de Sesimbra e do Seixal, os dois vereadores não apresentaram “nenhuma explicação satisfatória” para a viabilização dos orçamentos da CDU – que disserem serem “estruturalmente contra o espírito do partido a nível nacional” – acusando-os de “complacência pessoal” e de terem cedido a “interesses obscuros”.
Com esta retirada de confiança política, o Chega, que tinha elegido 19 vereadores nas autárquicas, passa agora a ter 16.