O endividamento do setor não financeiro – administrações públicas, empresas e particulares – registou um crescimento de 16,9 mil milhões de euros em 2021 para os 768,1 mil milhões de euros, revelou esta terça-feira o Banco de Portugal (BdP).
Segundo os dados divulgados, nesse ano, o endividamento do setor público (administrações públicas e empresas públicas) cresceu 2,7 mil milhões de euros, para 344,1 mil milhões de euros. “Esta subida resultou, sobretudo, no crescimento do endividamento perante o setor financeiro e as próprias administrações públicas (11,5 e 3,4 mil milhões de euros, respetivamente), que foi parcialmente compensado pela diminuição do endividamento junto do exterior e dos particulares (10,8 e 1,8 mil milhões de euros, respetivamente)”, explica o banco liderado por Mário Centeno.
Já o endividamento do setor privado (empresas privadas e particulares) registou um aumento de 14,2 mil milhões de euros, para 424 mil milhões de euros, tendo o endividamento das empresas privadas crescido 9,4 mil milhões de euros.
E justifica que “este crescimento traduziu-se, principalmente, no financiamento obtido junto do exterior (7,1 mil milhões de euros)”. No entanto, também aumentou o endividamento perante o setor financeiro e perante as próprias empresas privadas (1,2 mil milhões de euros, em ambos os casos).
O BdP diz ainda que o endividamento dos particulares subiu 4,8 mil milhões de euros e resultou no incremento do endividamento em relação ao setor financeiro.
O banco revela ainda que o aumento do produto interno bruto (PIB) registado em 2021, superior ao acréscimo do endividamento, “originou uma evolução dos indicadores do endividamento do setor não financeiro em percentagem do PIB contrária à observada para os valores nominais”.
Feitas as contas, no ano passado, o endividamento do setor não financeiro diminuiu de 375,4% para 363,3% do PIB, registando-se uma redução do endividamento do setor público de 170,6% para 162,8% do PIB e um decréscimo do endividamento do setor privado de 204,8% para 200,5% do PIB.