Cinco anos após a morte do lendário ator e comediante Jerry Lewis, este está a ser acusado de crimes sexuais por várias atrizes com quem trabalhou.
Tanto no artigo como na curta-metragem publicados pela Vanity Fair, as entrevistas são conduzidas por Amy Ziering e Kirby Dick, os mesmos cineastas do documentário ‘Allen v. Farrow, que colocaram a “nu” os alegados abusos de Woody Allen, e se dedicam à investigação deste tipo de relatos em Hollywood desde 2017.
Todas as atrizes em questão, têm agora mais de 80 anos. São elas: Hope Holiday, que participou no filme ‘O Homem das Mulheres’, de 1961; Jill St. John, que contracenou com Lewis em ‘Um Namorado com Sorte, em 1963; Anna Maria Alberghetti, de ‘Cinderelo dos Pés Grandes’, filme de 1960; Karen Sharpe, de ‘Jerry, Enfermeiro Sem Diploma’, de 1964; Renée Taylor, de ‘O Mandarete’, de 1961 e ainda Connie Stevens, de ‘Jerry Ama-Seca’, de 1958 e ‘Um Maluco em Órbita’, de 1966.
Karen Sharpe conta que ficou "estupefacta" por ter sido chamada ao escritório do artista durante a produção de ‘Jerry, Enfermeiro Sem Diploma’ e deste tê-la agarrado e começado a “desabotoar as calças”.
Ao ser rejeitado pela atriz, segundo a mesma, o comediante ficou "furioso" e não só proibiu toda a gente de falar com ela durante o resto da rodagem, como recusou ensaiar as cenas, enviando o seu substituto. Lewis só falava para Sharpe quando as câmaras começavam a filmar e não a deixou abandonar o projeto.
Por sua vez, Hope Holiday, atualmente com 91 anos, revela ter “temido que todas as suas cenas fossem cortadas” de ‘O Homem das Mulheres’, depois de rejeitar o assédio no primeiro dia de trabalho. Holiday, alega ter sido chamada ao camarim do comediante que “começou a falar em termos sexualmente específicos e a masturbar-se”. A atriz recorda ainda que os seus amigos lhe disseram para apresentar uma denúncia ao sindicato dos atores. Contudo, a atriz acabou por não o fazer, “por medo”.
"Ele era muito grande na Paramount (estúdio). Estava sob contrato com ele e com a Paramount, e não queria fazer ondas. Portanto, achei melhor ficar calada", explicou no documentário.
Renée Taylor que contracenou com Lewis em ‘O Mandarete’, em 1961, recordou que veio a confirmar para “lá de qualquer sombra de dúvida que os responsáveis do estúdio sabiam e toleravam estes comportamentos da sua estrela”.