Se é certo que a proposta das distritais pretendia que as diretas do PSD acontecessem já em abril, marcando o Congresso do partido para maio, a realidade é que por parte da direção de Rui Rio a visão é a de que aquelas deveriam acontecer em junho deixando o Congresso do partido para julho.
O Conselho Nacional da semana passada não permitiu grandes avanços na definição do calendário eleitoral interno do PSD, mas, ao que o Nascer do SOL apurou, a próxima reunião dos sociais-democratas deverá optar por uma solução ‘salomónica’, encontrando um meio termo entre as duas propostas. Ou seja, a marcação de eleições diretas em maio e o Congresso do partido para junho.
Decisões de calendarização complicadas que em nada foram beneficiadas pelos atrasos trazidos pela repetição das eleições legislativas no círculo eleitoral da Europa, que por sua vez adiou o arranque da nova legislatura. Neste imbróglio interno, no entanto, a estratégia de Rio é simples: terminar a sessão legislativa ainda como líder do partido e regressar já sem essas responsabilidades políticas, assegurando entretanto a transição de poderes na S. Caetano à Lapa.
Após a derrota nas eleições legislativas de 30 de janeiro, Rui Rio acabou por anunciar que irá deixar a presidência do PSD, abrindo a porta a uma possível mudança de ciclo político dentro do partido.
Luís Montenegro, que foi derrotado por Rio nas diretas de janeiro de 2020, é um dos nomes mais falados nas hostes internas do partido para se relançar à corrida eleitoral, mas não é o único. Em entrevista ao Nascer do SOL, Miguel Albuquerque, líder do PSD/Madeira, avançou o nome de Carlos Moedas como um dos que gostaria de ver na corrida eleitoral interna do partido, e, desde então, várias figuras do PSD reforçaram o seu apoio a uma eventual candidatura de Moedas.
Na semana passada, foi o líder do PSD/Lisboa a lançar o nome do presidente da Câmara da capital, e, ao Nascer do SOL, um militante social-democrata confirmou também existir um movimento ‘autárquico’ dentro do partido em direção à sua liderança, oficializado com as intenções de candidatura de Ribau Esteves, presidente da Câmara de Aveiro, mas admitindo também um eventual papel de Carlos Moedas em todo este processo eleitoral interno.
Quem também lançou o nome do autarca de Lisboa foi José Eduardo Martins que, no programa Sem Moderação, da TSF, atirou: «Quando um partido grande do centro passa muitos anos sem exercer o poder, reduz-se ao osso do aparelho. O PSD precisa de uma liderança suficientemente sólida e reconhecida de alguém que tenha tido sucesso e de meia dúzia de vice presidentes capazes que comecem a fazer políticas. Estando Pedro Passos Coelho, por opção própria, completamente fora disto, sobra o presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas».