Portugal tem equipas prontas para contactar refugiados vindos da Ucrânia

Segundo a governante, a prioridade de Portugal foi criar uma bolsa de alojamento e um conjunto de ofertas de emprego, sublinhando que, neste momento, há habitação para mais de 1.800 pessoas e mais de 13 mil ofertas de emprego.

Portugal tem equipas prontas para entrar em contacto com todas as pessoas que cheguem da Ucrânia, para melhorar os acessos às suas necessidades, afirmou a ministra do Estado e da Presidência, Mariana Vieira da Silva, acrescentando que já foram recebidas milhares de respostas de alojamento e de emprego.

Mariana Vieira da Silva explicou, esta segunda-feira, à agência Lusa que a vinda para Portugal de pessoas que fogem da guerra na Ucrânia está enquadrada no trabalho que os vários países da Europa estão a desenvolver: "pegar no total de refugiados e fazer uma redistribuição por todos os países".

"Aquilo que nós temos procurado fazer é, como fizemos no passado, identificar um conjunto de disponibilidades que necessariamente são depois adaptadas ao longo do tempo e à medida das necessidades", realçou a ministra. 

Segundo a governante, a prioridade de Portugal foi criar uma bolsa de alojamento e um conjunto de ofertas de emprego, sublinhando que, neste momento, há habitação para mais de 1.800 pessoas e mais de 13 mil ofertas de emprego.

No entanto, indica a ministra, que a maioria das pessoas que chegaram a Portugal tinham família para as receber e não precisaram de alojamento, sendo que foram apenas 28 pessoas que precisaram de uma habitação.

Ainda assim, Mariana Vieira da Silva admitiu que ainda não há uma noção muito clara do número de pessoas que Portugal possa acolher, mas assegurou que as diferentes áreas do trabalho de acolhimento estão a ser feitas com as autarquias, com as organizações da sociedade civil e também com as empresas.

"Foram constituídas equipas para contactar todas estas pessoas, qualquer que tenha sido a sua porta de entrada, para perguntar se tem emprego, quais as suas qualificações, para fazer, no fundo, um breve perfil e adequar a resposta", revelou a governante, ao sublinhar que, para quem não consiga ter meios de subsistência ou um emprego nos primeiros tempos estão também previstos "os apoios sociais que sempre existem nestes casos e que também estão alinhados".

Segundo Mariana Vieira da Silva, o acolhimento e integração das pessoas vindas da Ucrânia "tem um maior nível de dificuldade" pelo desconhecimento sobre quando chegam a território nacional, visto que vão chegando como conseguem, seja por meios próprios, em carro, de autocarro ou avião, e "é preciso ir respondendo às diferentes questões que se colocam em cada caso".

Para a governante, o compromisso de Portugal "é estar sempre à altura do que for definido pela União Europeia como as nossas obrigações e ter sempre a porta aberta para receber, podendo até ir além das nossas obrigações, é isso que temos sempre procurado fazer". 

Em relação ao alojamento, entre as 1.807 habitações disponíveis – algumas em apartamentos, outras em soluções coletivas – há 1.281 disponibilizadas por municípios, e estão também identificadas 515 respostas para depois do apoio imediato.