ONU regista 516 mortos civis e mais de 2,1 milhões de refugiados a saírem da Ucrânia

Estes dados são referentes ao período entre 24 de fevereiro, quando a Rússia iniciou a invasão da Ucrânia, e as 24h de terça-feira (hora local), correspondendo a 13 dias de combates.

A guerra na Ucrânia provocou a morte de pelo menos 516 civis até terça-feira, entre as quais 41 crianças, mas os números reais poderão ser mais elevados, confirmou, esta quarta-feira, a ONU. Mais de 2,1 milhões de pessoas já fugiram para países fronteiriços, sublinhou ainda a organização. 

Além dos mortos, o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH) registou 908 feridos, dos quais 76 são crianças.

Estes dados são referentes ao período entre 24 de fevereiro, quando a Rússia iniciou a invasão da Ucrânia, e as 24h de terça-feira (hora local), correspondendo a 13 dias de combates.

A agência da ONU para os direitos humanos acredita que os números reais de baixas civis "são consideravelmente mais elevados, especialmente em território controlado pelo Governo" ucraniano, que está mais vulnerável à ofensiva russa.

"A receção de informações de alguns locais onde têm ocorrido hostilidades intensas tem sido adiada e muitos relatórios ainda estão pendentes de corroboração", justificou a agência liderada por Michelle Bachelet, antiga Presidente do Chile.

O ACNUDH apontou as cidades de Volnovakha, Mariupol, Izium, "onde há alegações de centenas de baixas civis", indicando que estas não estão incluídas nos números divulgados hoje.

A Polícia Nacional de Kharkiv (nordeste, próximo da fronteira russa) registou nos combates ocorridos na região a partir das 18h de ontem, hora local, 170 mortos civis (165 adultos e cinco crianças) e 368 feridos, segundo o ACNUDH.

"A maioria das baixas civis registadas foi causada pela utilização de armas explosivas com uma vasta área de impacto, incluindo bombardeamentos de artilharia pesada e sistemas de mísseis e ataques aéreos e de mísseis", destacou a agência da ONU.

Quanto à saída de pessoas da Ucrânia, a ONU indicou que mais de 2,1 milhões de pessoas já fugiram para países vizinhos, desde 24 de fevereiro, sendo esta considerada a crise de refugiados com crescimento mais rápido na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). 

Nas últimas 24 horas, mais de 140 mil pessoas saíram da Ucrânia. Com a chegada de mais 143.959 pessoas aos países vizinhos da Ucrânia, o total passou para 2.155.271 refugiados, segundo os dados referentes a terça-feira. Os números foram divulgados a meio da manhã de hoje pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR). 

A Polónia continua a ser o país que recebe mais pessoas, com 1.294.903 refugiados, seguindo-se Hungria (203.222), Eslováquia (153.303), Rússia (99.300), Roménia (85.444), Moldova (82.762) e Bielorrússia (592).

O ACNUR regista também 235.745 pessoas que viajaram para outros países europeus, incluindo Portugal, além dos que fazem fronteira com a Ucrânia.

A marca dos dois milhões de refugiados foi ultrapassada na segunda-feira, apenas 12 dias após o início dos combates.

Quando este número foi divulgado ontem, o chefe do ACNUR, Filippo Grandi, disse que se trata do fluxo mais rápido de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).