Vladmir Putin
Vladimir Putin é o homem de quem se fala em todo o mundo, e não pelas melhores razões. Todos os jornais, rádios e televisões especulam sobre os seus pensamentos, objetivos e ambições com a invasão russa da Ucrânia. Putin é um autocrata em todo o seu esplendor, com direito a presos políticos e tudo, e as mais de duas semanas de guerra que têm causado o terror na Ucrânia – colocando em alerta o resto da Europa – são indissociáveis do Presidente russo. A 7 de março, ainda assim, Putin anunciou as condições para pôr fim à invasão: a neutralidade da Ucrânia, o reconhecimento da Crimeia como território russo e o reconhecimento das autoproclamadas repúblicas de Donetsk e Luhansk como estados independentes.
António Guterres
Quando foi nomeado para um segundo mandato como secretário-geral das Nações Unidas (ONU), em junho de 2021, o antigo primeiro-ministro português não imaginaria que menos de um ano depois seria um dos principais players na mediação do conflito entre Rússia e Ucrânia. Guterres deu uma das declarações mais imponentes sobre esta guerra, até ao momento: quando a Rússia colocou em alerta as suas forças nucleares, o secretário-geral da ONU classificou esta medida como um “desenvolvimento arrepiante”. Nos últimos dias, sobre o bombardeamento de um hospital na cidade ucraniana de Mariupol, Guterres acusou: “Os civis estão a pagar o preço por uma guerra que não tem nada a ver com eles. Esta violência sem sentido deve parar. Acabem com derramamento de sangue agora”.
Aleksandr Lukashenko
O Presidente da Bielorrússia tem sido uma peça fundamental nos planos de Vladimir Putin, que utilizou a fronteira entre o país vizinho e a Ucrânia para facilitar a marcha das tropas para o território ucraniano. A Bielorrússia é há longos anos aliada da Rússia e do Executivo de Putin, vivendo os últimos resquícios da União Soviética. Agora, Lukashenko, muitas vezes apelidado ‘o último ditador da Europa’, apesar de inicialmente ter garantido que as suas tropas não participariam da invasão russa da Ucrânia, é criticado por muitos por se manter do lado de Putin neste ato de guerra, facilitando a passagem das tropas russas pelo seu território. Nesta sexta-feira, Putin e Lukashenko têm encontro marcado em Moscovo.
Volodymyr Zelensky
O antigo comediante é o principal rosto da resistência ucraniana perante a invasão russa. Zelensky desfez-se das vestes humorísticas e cómicas que vestiu em tempos para trajar com o hábito de um herói, de um líder incansável. Ou pelo menos é essa a imagem que tem querido passar, através de várias declarações em vídeo, muitas delas difundidas através das redes sociais. Diz-se que Putin enviou 400 mercenários da Wagner para o localizar e abater, mas o Presidente ucraniano não se esconde, revelando até o seu paradeiro, acompanhado pelos seus ‘braços direitos’ no Executivo. Pelo meio, entre agradecimentos ao Ocidente, há também acusações de ‘esquecimento’, e palavras de alento ao povo ucraniano e à resistência contra os russos.
Olaf Scholz
Olaf Scholz, o novo chanceler da Alemanha, tem protagonizado uma cruzada contra as ações de Putin e do exército russo na Ucrânia, afastando, no entanto, o envolvimento de aviões alemães na guerra. Scholz contactou telefonicamente com Putin na quinta-feira, exigindo um cessar-fogo imediato na Ucrânia. Depois de Biden ter rejeitado o envio de aviões de guerra para o país, Scholz colocou-se do lado dos norte-americanos, garantindo que os alemães também não se vão envolver com meios aéreos. Ainda assim, o chanceler disse que os alemães estão prontos para fornecer aos ucranianos “todos os tipos de materiais de defesa”. Recorde-se que a Alemanha depende do gás russo para o aquecimento da sua população.
Sergei Lavrov
Nascido em Moscovo, em 1950, é a cara da ofensiva russa contra a Ucrânia, e o porta-voz do Kremlin aos olhos do Ocidente. Desde 2004 que dirige o Ministério dos Negócios Estrangeiros russo. Lavrov – cujo pai era arménio – conta uma longa carreira diplomática, que atingiu o seu pico em 1994, quando passou a servir como enviado russo permanente junto das Nações Unidas, onde lidou com os conflitos internacionais em que a Rússia se envolveu desde então – Jugoslávia, Iraque, Médio Oriente e Afeganistão. Foi Lavrov quem anunciou, na quinta-feira, que a Rússia vai deixar de participar no Conselho da Europa, acusando os países da União Europeia (UE) e da NATO de minarem o organismo. Também garantiu que os russos não pretendem invadir outros países que não a Ucrânia, acusando o país ocupado de recusar uma proposta de entendimento com Putin.
Recep Erdoğan
Um dos protagonistas mais ‘voláteis’ do conflito entre a Rússia e a Ucrânia é Recep Erdoğan, Presidente da Turquia, país membro da NATO que geopoliticamente vive entre a influência russa e as mãos dadas ao Ocidente. Erdoğan vai encontrar-se hoje, na cidade turca de Antalya (a mesma onde os Ministros dos Negócios Estrangeiros da Rússia, da Ucrânia e da Turquia estiveram reunidos na quinta-feira), com Jens Stoltenberg, secretário-geral da NATO. Recorde-se que Erdoğan tem também marcado um contacto telefónico com Joe Biden, Presidente dos Estados Unidos, para discutir a invasão russa da Ucrânia, avançou a Casa Branca.
Emmanuel Macron
O Presidente francês esteve, junto com o chanceler alemão Olaf Scholz, numa chamada telefónica com Vladimir Putin, na quinta-feira, a quem exigiu um cessar-fogo imediato na Ucrânia. Macron tem sido, aliás, um dos porta-vozes da Europa contra a invasão russa da Ucrânia, ao mesmo tempo que disputa, internamente, as eleições presidenciais
da França, que decorrem a 10 de abril. Sobre as violações da Rússia dos corredores humanitários abertos para permitir a civis fugir das cidades ucranianas invadidas, Macron acusou o “cinismo moral e político” da Rússia, que rotulou de “insuportável”.
Joe Biden
Sem assumir o protagonismo que alguns esperariam, Joe Biden tem sido claro na condenação da invasão russa da Ucrânia. Semanas antes do arranque da invasão, na madrugada de 24 de fevereiro, os norte-americanos alertaram o mundo para a iminência deste ataque sobre terras ucranianas, e desde então os EUA não se deixaram ficar de braços cruzados. Biden tem sido, aliás, o impulsionador das sanções económicas que os EUA têm aplicado à Rússia, e que estão a fazer mossa na economia do país. Uma das mais sonantes é a interrupção da importação por parte dos EUA de petróleo, gás natural e carvão produzido na Rússia. Um “golpe duro na máquina de guerra de Putin”, acusou Biden.
Boris Johnson
O primeiro-ministro britânico tem sido desde o início um dos líderes mais ostensivamente críticos da intervenção militar russa na Ucrânia, tendo sido o primeiro a alertar: “Rússia planeia a maior guerra na Europa desde 1945”. A mais recente polémica prendeu-se com as sanções aplicadas a Roman Abramovich, o proprietário russo do Chelsea. A própria venda do clube, anunciada por Abramovich (que prometeu doar todo o dinheiro resultante da operação às vítimas da guerra) ficou em suspenso. O Reino Unido tem aplicado várias sanções económicas à Rússia. O “plano de ação” internacional, de seis pontos, para fazer Putin “fracassar” anunciado por Boris Johnson deverá ser apresentado no próximo domingo, avançou Downing Street.