Desde a sede do PCP, em Lisboa, e durante uma declaração sobre a cimeira da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) e a reunião do Conselho Europeu, o dirigente comunista João Ferreira não poupou nas críticas às conclusões destas reuniões. “A escalada armamentista, a política de sanções económicas, comerciais, financeiras, culturais e desportivas, a deriva autoritária e de imposição do pensamento único não servem a causa da paz”, disparou o vereador comunista da Câmara Municipal de Lisboa.
“Não se alcança a paz insistindo no caminho que conduziu à guerra”, reforçou Ferreira, apesar de garantir que as conclusões do último Conselho Europeu, “alinhadas com as conclusões da cimeira da NATO, algumas das quais há muito delineadas, apontam precisamente no sentido da política de confrontação”.
Argumentando que “não se promove a paz e a segurança com confrontação, com ameaças, com propaganda de guerra, nem com sanções”, o membro da Comissão Política do Comité Central do PCP apontou o dedo à indústria do armamento como o grande beneficiador deste conflito, bem como o “redirecionamento da dependência energética de diversos países da União Europeia”, por exemplo, para os Estados Unidos, “em especial no que toca aos combustíveis fósseis e, em particular, ao gás (…), deixando a nu a hipocrisia subjacente às propaladas preocupações ambientais” de Bruxelas.
A guerra na Ucrânia, continuou Ferreira, está a “alimentar o crescimento de conceções reacionárias, antidemocráticas e fascizantes”. O dirigente comunista, no entanto, não foi claro sobre as soluções apresentadas pelo PCP para uma eventual resolução do conflito, afirmando apenas que o “processo de continuada militarização da Europa, em particular da Europa de Leste, junto às fronteiras da Federação Russa” causou danos no clima de segurança europeu.