O presidente da Câmara de Cascais acredita que Rui Rio “foi o pior, o mais nocivo e mais incompetente presidente” na história do PSD. Num artigo de opinião publicado no i, esta quarta-feira, Carlos Carreiras acusa o ainda líder dos sociais-democratas de deixar “um legado de fracasso” e de “degradação democrática” aos sociais-democratas e ao país.
Para o autarca de Cascais, Rio falhou a fazer oposição e a sua liderança “sempre foi uma catástrofe anunciada”.
“Rio, um extremista na busca da pureza Social Democrata, foi um anti-PSD. Queimou tudo à sua passagem. E o PSD, outrora a grande casa plural onde cabiam sociais-democratas, liberais, democratas-cristãos, conservadores e até gente da esquerda moderada, não passa hoje do grupo dos irredutíveis homens e mulheres de mão da liderança”, escreve Carreiras.
Aponta igualmente o erro do presidente do PSD na tentativa de colocar “à força” o partido ao Centro, mas também por servir como “uma muleta do PS para acabar com a geringonça”, ou até “capaz de coligar-se com o Chega quando não estava de acordo com Catarina Martins e a extrema-esquerda”. “O PSD foi uma amiba”, resume.
“Com a sua demanda purificadora, e com a obsessão pelo centro, Rio não só entregou de mão beijada uma maioria absoluta história ao PS como abriu espaço para o surgimento, à sua direita, de dois novos partidos que hoje lideram a iniciativa política primária da oposição aos socialistas”, continua Carreiras, invocando a “inaptidão política” de Rio que “nunca teve ideias mobilizadoras para a sociedade”.
Neste cenário, considera que “a tarefa para o próximo presidente do PSD é mastodôntica” e que quem tomar as rédeas do partido terá de saber “ouvir e unir em vez de se fechar e dividir”.
Esta não é a primeira vez que Carlos Carreiras se mostra crítico do atual líder social-democrata. Em março do ano passado, já tinha acusado o antigo autarca do Porto de “arrogância” e “prepotência” por “atacar militantes e dirigentes” do PSD.
“Falta a proximidade às estruturas do partido, falta motivar as próprias estruturas do partido. São, a meu ver, falhas que depois são reforçadas com ataques às próprias estruturas, aos próprios militantes e até a ex-dirigentes do partido. Isto não é um clima favorável”, afirmava Carreiras, em declarações ao Observador.
Um mês antes Rio tinha responsabilizado Carreiras pelo mau resultado do PSD nas autárquicas de 2017 na qualidade de coordenador autárquico, chamando-o de “incompetente”. Críticas “vis e pessoais” que o autarca de Cascais, na altura, entendeu não como “cadastro”, mas como “currículo”.