O Presidente da República considera que o 25 de Novembro de 1975 também cabe nas comemorações dos 50 anos do 25 de Abril, embora não já no início, uma vez que, vai ser dedicado aos antecedentes da revolução. “O 25 de Novembro é posterior ao 25 de Abril, cabe no processo revolucionário, merece, naturalmente – sempre o assinalei –, mas não cabe no início que é a pré-história da pré-história do 25 de Abril. Cabe depois”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa.
O chefe de Estado salientou que, por enquanto, as celebrações se têm focado sobretudo “na fase anterior” à Revolução dos Cravos, “não é a do processo revolucionário em si mesmo”, mas “nos antecedentes do 25 de Abril: o movimento estudantil, os movimentos religiosos, os movimentos dos trabalhadores, a contestação política, a oposição política, a repressão”.
“E por isso é que se começou muito cedo”, esclareceu, acrescentando que “depois há de chegar o momento que tem a ver com a iniciativa dos capitães, o movimento dos capitães, o Movimento das Forças Armadas (MFA), e depois o processo dentro da revolução”.
Quando interrogado se já escolheu os membros da comissão nacional das comemorações dos 50 anos do 25 de Abril e se ficará ou não presidir a este órgão, Marcelo Rebelo de Sousa adiantou que ainda não fechou o processo.
“Esperei pela composição da Assembleia da República e do Governo. Tenho ideias sobre a matéria. Ainda não falei com o senhor presidente da Assembleia da República nem com o senhor primeiro-ministro sobre a matéria”, declarou.
As declarações de Marcelo surgem na sequência da posição manifestada pelo agora ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, que voltou a insistir que as comemorações dos 50 anos do 25 de Abril se devem focar naquilo que “une” os portugueses, após um grupo de deputados do PSD ter submetido uma pergunta ao Ministério da Cultura, através da Assembleia da República, para esclarecer que iniciativas seriam dinamizadas para assinalar o 25 de Novembro de 1975.
Adão e Silva, ainda enquanto era comissário executivo das comemorações dos 50 anos do 25 de Abril, tinha defendido que o 25 de Novembro de 1975, apesar de “marcante”, era uma data que dividia e que não se podia comparar com o 25 de Abril, por ser “uma data que diz pouco” aos portugueses.
“As datas fraturantes não se celebram”, afirmou na altura.