Se é certo que Pedro Adão e Silva trocou o seu lugar como comissário responsável pela organização das celebrações dos 50 anos do 25 de Abril de 1974 pelo de ministro da Cultura do novo Governo de António Costa, a verdade é que vai continuar a ter a tutela sobre o programa daquelas celebrações.
Segundo a lei orgânica do novo Governo, a tutela das comemorações cabe ao Ministério da Cultura liderado pelo sociólogo, professor universitário e comentador político.
Empossado na semana passada, Adão e Silva deverá agora apresentar ao primeiro-ministro – e este ao Presidente da República – o nome do novo comissário, que deverá ser uma figura de segunda linha, que ficará a reportar ao ministro.
Adão e Silva gerou polémica recentemente, ao afirmar que o 25 de Novembro é uma data que ‘divide’ os portugueses. «O 25 de novembro de 1975, bem como outras datas, será assinalado, motivo de debate e de reflexão, mas não é uma efeméride que se possa comparar com o 25 de Abril de 1974», defendeu o agora novo ministro, numa entrevista, referindo que «todos os partidos, entidades e organizações devem promover as suas próprias celebrações», e que «devemos concentrar-nos em celebrar aquilo que nos une e não o que nos divide».
As palavras correram o país e Marcelo Rebelo de Sousa aproveitou, dias depois, para mandar uma farpa. Questionado pelos jornalistas sobre se as celebrações do 25 de Novembro caberiam nos 50 anos do 25 de Abril, o PR respondeu:_«Eu acho que a ideia é obviamente caber. Quer dizer, cabe. […] O 25 de Novembro é posterior ao 25 de Abril, cabe no processo revolucionário, merece, naturalmente – eu sempre o assinalei –, mas não cabe no início que é a pré-história da pré-história do 25 de Abril. Cabe depois.»