Depois de, na reunião de terça-feira da Assembleia Municipal, Carlos Moedas se ter exaltado com os comentários da deputada bloquista Isabel Pires acerca da proposta de gratuitidade dos transportes públicos, o Bloco de Esquerda (BE) decidiu retirar a mesma para apoiar a apresentada pelo presidente da Câmara Municipal de Lisboa (CML).
Carlos Moedas acusou o Bloco de Esquerda de "oportunismo político" e de querer "estar à frente" quando apresentou "uma proposta" na sequência de uma reunião com o vice-presidente da CML e de este ter dado a entender que o executivo iria "pôr no Orçamento os transportes públicos gratuitos".
Em comunicado, o Bloco de Esquerda refere que, "desde a primeira hora deixou claro o seu desejo de trabalhar para uma solução de gratuitidade dos transportes públicos em Lisboa" e, por esse motivo vão retirar a proposta "entregue em dezembro de 2021, permitindo uma melhor decisão para a cidade de Lisboa”.
A decisão do Bloco de retirar a sua proposta foi tomada já depois de Carlos Moedas ter entregue a sua proposta para a gratuitidade de transportes públicos em Lisboa para mais novos e mais velhos, sendo que, de acordo com a vereadora bloquista Beatriz Gomes Dias, só agora o partido ficou a conhecer "a forma como pretende implementar a gratuitidade dos transportes públicos no município".
Já numa carta, acedida pelo Nascer do Sol esta sexta-feira, enviada pela presidência da Câmara Municipal de Lisboa para os vereadores/as do Bloco de Esqueda, Cidadãos por Lisboa, Livre, Partido Comunista Português e Partido Socialista na CML, lê-se que as propostas que incidam sobre "matérias e medidas do programa eleitoral da coligação Novos Tempos, sufragado pelos lisboetas no dia 26 de setembro de 2021, apenas poderão ser agendadas quando o forem as propostas dos Senhores Vereadores com pelouro, sobre as mesmas matérias".