A advogada de João Vale e Azevedo, antigo presidente do Benfica, afirmou esta segunda-feira em declarações à agência Lusa que o processo-crime em que o tribunal ainda não conseguiu notificar o seu cliente "já prescreveu, completamente", uma vez que "já passaram 18 anos" sobre os factos. Contudo, Luísa Cruz reconhece que esse não é o entendimento quer do Ministério Público (MP), quer do Tribunal da Relação de Lisboa.
Note que também hoje, o jornal Público citou um despacho do juíz onde se lia que não tinha possível notificar o arguido da data de julgamento e que, por isso, mesmo seria adiado:
"Verificando-se que o arguido não se encontra notificado da data da audiência de julgamento, nem sendo expectável, atenta a sua postura processual, que se apresente voluntariamente nessa diligência, a fim de evitar deslocações inúteis por parte dos intervenientes processuais, dou sem efeito as datas designadas para a realização da mesma".
O julgamento foi adiado pela quarta vez, uma vez que o arguido se encontra a viver no Reino Unido e ainda não foi notificado.
Recorde-se que o ex-presidente do Benfica foi condenado em 2013 a 10 anos de prisão, pelo desvio de mais de quatro milhões de euros do clube, por crimes de branqueamento de capitais, abuso de confiança e falsificação de documento, tendo estado cerca de três anos preso, antes de ser libertado em 2016.