A acusação é de 2012 e há três anos que o Tribunal de Lisboa tenta notificar Vale e Azevedo, que vive em Inglaterra. Esta é já a quarta vez que o início do julgamento é adiado.
"Verificando-se que o arguido não se encontra notificado da data da audiência de julgamento, nem sendo expectável, atenta a sua postura processual, que se apresente voluntariamente nessa diligência, a fim de evitar deslocações inúteis por parte dos intervenientes processuais, dou sem efeito as datas designadas para a realização da mesma", lê-se no despacho do juiz, citado pelo Público.
Em causa está o julgamento por burla qualificada e falsificação de documento autêntico, na sequência de ter sido acusado pelo Ministério Público de ter apresentado falsas garantias ao Millennium BCP, para obter um crédito de 25 milhões de euros.
Recorde-se que o ex-presidente do Benfica foi condenado em 2013 a 10 anos de prisão, pelo desvio de mais de quatro milhões de euros do clube, por crimes de branqueamento de capitais, abuso de confiança e falsificação de documento, tendo estado cerca de três anos preso, antes de ser libertado em 2016.
Mais tarde, mudou-se para a capital do Reino Unido, onde a sua notificação para o início do novo julgamento tem de ser feita pelas autoridades britânicas. A morada de Vale e Azevedo em Londres é conhecida, mas as autoridades portuguesas terão falhado os prazos, com atrasos de meses, para a entrega de documentação necessária às autoridades britânicas.